O protesto ocorreu na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), onde o governante marcou presença como orador numa conferência sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Quando ia começar a explicar o financiamento do SNS após 2014, os manifestantes cantaram a música de Zeca Afonso e gritaram palavras de ordem, como “Fora, fora, fora daqui a fome, a miséria e o FMI”.
“Assassinar os portugueses”
Entre canções, gritos e cartazes, os protestantes afirmaram que o “o serviço de saúde piora enquanto os impostos aumentam e há pessoas sem dinheiro a ir ao hospital e pagar os medicamentos”. Vítor Monteiro, que se assumiu como desempregado do setor de hotelaria, acusou Paulo Macedo de querer “assassinar os portugueses”.
As taxas moderadoras e o custo dos cuidados de saúde, a qualidade dos mesmos e a medicação foram os pontos mais criticados. “Na urgência do Santo António havia no outro dia 20 médicos para 500 pessoas. O senhor tem em conta o dinheiro e não a saúde”, afirmaram alguns dos manifestantes.
Após o protesto, o grupo abandonou a sala, permitindo ao ministro da Saúde começar o discurso, depois de Paulo Macedo ter escutado em silêncio os protestos. “Não tive qualquer reforço de segurança, mas também não sou eu que decido isso”, esclareceu o ministro, quando terminou a conferência.
Francisco Magalhães, do movimento e que revelou ser jurista desempregado, salientou que as ações são para continuar até que o objetivo seja cumprido: “a demissão do Governo e a saída da Troika do nosso país”.
PSP identifica cantores
Uma fonte da PSP, não identificada pela Lusa, garantiu ter sido feita uma informação “circunstanciada” do protesto, que passou pela identificação das pessoas que cantaram a ‘Grândola’.
Instada a pormenorizar, a mesma fonte terá justificado que não estava em condições de precisar o número de cidadãos identificados.
Nas contas da RTP, foram seis as pessoas que entoaram a senha do 25 de Abril.
