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Dia 3 do Face Oculta: Juiz nega requerimento para destruição de escutas

jose-penedos_face-ocultaO terceiro dia do julgamento do caso Face Oculta trouxe mais um ‘não’ por parte do juiz, que negou um requerimento que pretendia a destruição de escutas telefónicas do processo. O presidente do tribunal coletivo, Raul Cordeiro, manteve a decisão que os juízes de instrução criminal já tinham tomado, anteriormente.

No Tribunal de Aveiro, em mais uma sessão do julgamento do caso Face Oculta, Rui Cordeiro justificou esta decisão de impedir a eliminação de escutas, considerando que, “a determinar-se a destruição nesta fase”, o Tribunal estaria a impossibilitar o acesso dessa informação a “Ministério Público, assistentes e arguidos”.

José Penedos, antigo secretário de Estado e ex-presidente da Rede Energética Nacional (REN), foi ouvido nesta quinta-feira e negou que alguma vez tenha feito pressões ou tomado decisões que visassem favorecer Manuel Godinho. José Penedos relativizou as relaçoes entre a REN e Godinho, classificando a empresa de Godinho como “ultraminoritária nas entregas de serviços da REN”.

Ontem, no segundo dia do julgamento, Armando Vara também desmentira qualquer negócio obscuro. Confirmou que mantivera diversos contactos com o empresário das sucatas, entre os quais oito almoços, mas sempre por iniciativa de Manuel Godinho, que “queria transmitir uma imagem de seriedade das suas empresas”.

Num desses encontros, Vara confessou que recebeu “uma caixa de robalos”, o que o antigo administrador do BCP entendeu como “um ato de gentileza”. Entre essas gentilezas constam também “um pão de ló e um equipamento” de um clube de futebol. Todos os restantes presentes que alegadamente Godinho teria oferecido são desmentidos. 

Por outro lado, Armando Vara negou que Manuel Godinho lhe tenha feito algum pedido, para interceder e exercer influência sobre ninguém. “Nunca me solicitou intervenção em coisa nenhuma”, disse.

Já o primeiro dia do julgamento do caso ‘Face Oculta’ ficou marcado pelas declarações de inocência dos arguidos. O Tribunal de Aveiro rejeitou também a pretensão de Manuel Godinho, que queria ver suspensa a obrigatoriedade de apresentações na PSP.

Paulo Penedos também viu o tribunal negar a destruição de conversas telefónicas que envolvem o ex-primeiro-ministro José Sócrates. Durante a tarde do dia 2, Vara continua a prestar depoimento, antes de José Penedos e Paulo Penedos. O julgamento prossegue amanhã.

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