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Desemprego: Universidade de Coimbra sugere “mudança profunda nas políticas de resposta”

desempregodesemprego bigAs políticas de combate ao desemprego estão “ultrapassadas”, refere um estudo da Universidade de Coimbra. Os investigadores sugerem uma “mudança radical” na resposta, como uma menor burocracia na criação do próprio emprego.

A equipa multidisciplinar de dez investigadores da Universidade de Coimbra (UC) que, “ao longo dos últimos três anos”, analisaram a destruição de emprego em Portugal chegou a uma conclusão: “é necessária uma mudança profunda nas políticas de resposta às pessoas que se encontram em situação de desemprego”.

Em comunicado, os cientistas deixam algumas propostas, como a correção da formação profissional e uma menor burocracia na criação do próprio emprego. Esta é, aliás, a principal saída para o problema, no entender de Eduardo Santos, o coordenador do estudo: “um dos ajustamentos mais eficazes é a criação do próprio emprego, porque o Estado Social está a falhar”.

Para o coordenador científico do Instituto de Psicologia Cognitiva, Desenvolvimento Vocacional e Social da UC, cabe ao Estado “oferecer as condições necessárias para que o indivíduo possa ter acesso e sucesso nas suas alternativas”, nomeadamente na criação do próprio emprego, tanto mais que “as políticas de apoio estão ultrapassadas”.

O estudo, intitulado “Impactos e ajustamentos psicossociais da transição para o desemprego involuntário de pessoas com idade igual ou superior a 40 anos” e que envolveu mais de 2000 desempregados, sustenta ainda que a “aceitação do desemprego como um fenómeno transversal na nossa sociedade exige um apoio sistemático e holístico”.

Um dos principais entraves que os desempregados encontram é “uma burocracia excessiva” que os leva “a arriscarem pouco no empreendedorismo”. Uma das sugestões apresentadas pelos investigadores é a criação de um serviço nacional de atendimento aos micro empresários, para os ajudar “a gerir aspetos como competitividade, eficiência, custos e lhes faculte informação e apoio”, e de “uma rede onde todos os micro empresários possam estar sempre em contacto para a partilha de experiências e troca de informações”.

A outra principal sugestão deixada no estudo é a correção do modelo de formação profissional, que deve ser “pragmática”: “é urgente repensar, por exemplo, a formação profissional, apostando numa formação pragmática centrada na flexibilidade e no desenvolvimento de competências de competitividade capazes de vencer as regras do mercado, que é extremamente agressivo”.

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