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Dengue: Brasil quer erradicar a doença com mosquitos transgénicos

mosquitomosquito dengue bigO Brasil autorizou a libertação de mosquitos geneticamente modificados para erradicar o dengue, uma doença que atinge mais de 1,5 milhões de pessoas. Os insetos têm mais dois genes que inviabilizam a reprodução. As expetativas são altas e os riscos… desconhecidos.

As autoridades de saúdo do Brasil autorizaram uma empresa privada a libertar mosquitos geneticamente modificados. O objetivo é que a espécie ‘Aedes aegypti’ seja erradicada, o que levará – antecipam os investigadores – ao fim da transmissão do dengue.

O projeto, viabilizado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), consiste em impedir a reprodução do principal agente de disseminação do dengue, uma doença que, no Brasil, atinge mais de 1,5 milhões de pessoas e já provocou 545 vítimas mortais.

Os mosquitos transgénicos ‘fabricados’ pelo Oxitec, um laboratório britânico, serão libertados no âmbito de uma parceria entre a empersa Moscamed e a Universidade de São Paulo.

Estes mosquitos (apenas machos), batizados OX513A, têm mais dois genes cuja missão é impedir a reprodução. Mesmo que haja descendência, morrerá antes de atingir a idade adulta.

Nos testes em laboratório, a resposta foi “perfeita”, segundo a investigadora e professora universitária Margareth Capurro: “funcionou e conseguiu reduzir a população natural do mosquito na região testada”.

Uma autorização especial permitiu um ensaio em dois bairros: as reduções na população de mosquitos foram de 80 por cento num dos bairros, enquanto no outro foi de… 100 por cento.

“Como cientista, não posso dizer que o risco é zero, da mesma forma que uma vacina não tem uma eficiência de 100 por cento. O que posso dizer é que o projecto funciona e que o potencial deste inseto geneticamente modificado é muito bom”, reforçou a bióloga molecular.

Os mosquitos transgénicos foram aprovados pela CTNBio, mas se o projeto tiver sucesso necessitará de uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o registo comercial.

“No caso do feijão transgénico, que foi aprovado também pela CTNBio, passaram quase três anos e ele ainda não está pronto para aplicação comercial”, recordou Margareth Capurro.

O dengue, para o qual ainda não há vacina, é uma doença que provoca vómitos, febre e dores musculares: nos casos mais extremos pode até levar à morte do doente.

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