Em ano de Mundial, Defour promete “esperar pelas oportunidades” no FC Porto, mas deixa um aviso ao treinador Paulo Fonseca: “se não jogar de todo até janeiro talvez possa pensar noutra solução para a carreira”.
A ‘sombra’ de João Moutinho, “um grande jogador”, continua sem se afirmar no FC Porto. O médio Steven Defour até começou a época em bom plano, sendo uma aposta regular de Paulo Fonseca, mas o mexicano Herrera tem dado sinais de que vai agarrar o único lugar vago no meio-campo, pelo menos enquanto Fernando e Lucho continuarem intocáveis. Só que daqui a poucos meses ocorre a fase final do Campeonato do Mundo e Defour quer garantir um lugar na seleção belga.
“O FC Porto é grande clube, está no top 10 europeu e tem um grupo muito forte. Não posso queixar-me da situação atual e sou feliz em Portugal, não me sinto um fracassado, mas se não jogar de todo até janeiro talvez possa pensar noutra solução para a carreira”, afirmou o médio, numa entrevista à televisão belga RTBF.
Defour fez questão de salientar que não se sente “incomodado por ser agora menos utilizado na equipa, porque a concorrência é muito forte e por vezes há que saber esperar pelas oportunidades”, e garantiu que está apto a substituir João Moutinho, “um grande jogador”, como o “elo de ligação” no meio-campo do FC Porto.
“Progredi em todos os planos desde que cheguei ao FC Porto. A nível desportivo sinto-me mais rápido e aprendi a lidar com a pressão, que é impressionante. Posso jogar nas três posições do meio-campo. Na seleção, a posição seis pertence ao Axel Witsel, não jogarei nessa posição. No FC Porto veem-me como um oito. Sou o elo de ligação com o ataque e isso habilita-me a correr mais e a criar maior volume de jogo, mas também tenho vocação para defender”, explicou-se.
“Quando cheguei a equipa tinha acabado de ganhar a Liga Europa e era praticamente a mesma”, salientou o médio belga: “depois havia o João Moutinho, que jogava na mesma posição que eu e que é muito bom jogador. Nunca me queixei, trabalhei sempre e depois agarrei a minha chance”.
Na mesma entrevista em que admite a possibilidade de sair, se entender ser essa a “outra solução” que lhe permita garantir a titularidade na Bélgica, Defour deixou um elogio a Paulo Fonseca: “o treinador tem tido o cuidado de não me sobrecarregar, tendo em conta as lesões que tive recentemente”.