Mundo

Criado em laboratório um rim que funcionou em ratos e porcos

Rins_900

Uma equipa de cientistas do Japão avançou na criação de um rim, em laboratório. O órgão revelou-se funcional, nos testes realizados em ratos e em porcos. Porém, ainda é cedo para garantir que os resultados serão semelhantes em humanos.

A criação em laboratório que seja funcional num ser humano nunca esteve tão perto. Cientistas da Universidade Jikei, em Tóquio, conseguiram formar um órgão que resultou em animais.

A descoberta foi divulgada pela Academia Nacional de Ciências dos EUA (PNAS), num estudo sobre um trabalho de investigação de cientistas japoneses.

Os rins foram desenvolvidos a partir de células-tronco e, depois de testados em animais (porcos e ratos), revelaram-se funcionais.

A passagem da urina resultou sem problemas, como se de rins naturais se tratassem, o que representa um avanço, já que anteriormente este processo apresentou problemas, como o inchaço do órgão resultante da pressão da urina. Os cientistas corrigiram esta falha através da criação de outros canais para que a urina pudesse ser escoada.

Este trabalho, que resulta de uma investigação profunda, representa uma nova esperança para milhares de doentes renais, que aguardam transplante.

O passo seguinte será testar o rim de laboratório em humanos, algo que ainda não foi feito pelos japoneses. Este projeto da Universidade Jikei diferencia-se de outros semelhantes, uma vez que contempla a criação de uma segunda bexiga, capaz de corrigir problemas renais.

Também submetida a testes, esta bexiga resultou em pleno, nos ratos e nos porcos, durante um período mínimo de oito semanas.

Segundo declarações de Chris Mason, especialista em células-tronco da University College London, o estudo japonês representa “um interessante passo em frente” nesta matéria.

O facto de ainda só haver testes naqueles animais não reduz o otimismo dos cientistas, uma vez que as conclusões já retiradas permitem alimentar a esperança de o rim de laboratório ser eficaz em humanos.

A esperança não é, no entanto, uma certeza absoluta. “Não podemos afirmar que irá funcionar em humanos. Necessitamos de mais alguns anos para o garantir”, ressalva Chris Mason.

Em destaque

Subir