Nas Notícias

Conceito de geoturismo em debate na Conferência Europeia de Geoparques em Arouca

pedras_parideirasO presidente da Junta Metropolitana do Porto, Rui Rio, ‘reforçou’ a equipa do Geopark Arouca na apresentação da 11.ª Conferência Europeia de Geoparques, agendada para setembro. Em foco estará o geoturismo como âncora do desenvolvimento territorial.

A 11.ª Conferência Europeia de Geoparques ganha forma e, quando falta um trimestre para se realizar, já regista mais de 100 participantes inscritos, oriundos de todos os continentes onde há vida humana. Ou quase, visto que se já inscrições africanas (de Marrocos e Costa do Marfim) e asiáticas (Malásia), ainda se espera pelos participantes da América do Sul. “Estamos confiantes que, à boa maneira brasileira, se inscrevam a uma semana da conferência, com um bilhete comprado 24 horas antes, como aconteceu comigo”, admitiu o coordenador científico do Geopark Arouca, Artur Sá.

O evento, que vai decorrer entre os dias 19 e 21 de setembro, foi ontem oficialmente apresentado à Comunicação Social, numa operação de charme que teve lugar na Casa do Roseiral, no Palácio de Cristal (Porto). A importância dum congresso desta natureza obrigou à presença do presidente da Junta Metropolitana do Porto (JMP), Rui Rio, numa demonstração que o Geopark Arouca é mais do que uma estrutura local.

“O turismo tem uma preponderância fundamental no combate ao maior problema de Portugal, que é o défice externo”, explicou Rui Rio, que, “enquanto presidente da JMP, tenho a obrigação de ser coerente e de aplaudir Arouca por acolher um congresso internacional que valoriza o território”, sendo também mais uma prova de que “a Área Metropolitana do Porto tem capacidade para organizar grandes eventos”.

Isto porque um geoparque “atua direta e permanentemente no território”, como explicou Artur Sá. “É uma honra, até para Portugal, receber este evento. É uma nova oportunidade” para pensar “um desenvolvimento inclusivo e sustentável”, pois os geoparques são “territórios que se assumem pela sua identidade”, reforçou.

Os objetivos do congresso passam por refletir sobre o progresso da Rede Europeia de Geoparques, contribuir para o crescimento inteligente, inclusivo e sustentável dos geoparques europeus, partilhar experiências ao nível de programas e projetos educativos, consolidar os geoparques europeus como territórios de excelência para o geoturismo, partilhar novas tendências no âmbito das estratégias de geoconservação, apresentar novos investimentos públicos e privados em geoparques e debater a certificação como ferramenta de promoção dos geoparques europeus.

“Os recursos” como os geossítios “são o maior legado que a própria Terra nos pode deixar”, afirmou o presidente da Câmara de Arouca, que também esteve na apresentação oficial do evento. Artur Neves congratulou-se por, a nível político, a autarquia ter “antecipado a discussão” sobre desenvolvimento inclusivo e sustentável “com algo completamente inovador”, nomeadamente com o conceito de geoturismo.

O edil salientou que o Geopark transformou Arouca num “destino turístico de eleição”, onde é possível presenciar “um simulacro da História” do planeta. “O território já antes existia, mas só agora foram criadas as condições para o visitar”, continuou Artur Neves, exemplificando com “o Paiva, um dos rios mais limpos da Europa, a paisagem natural, as minas de volfrâmio, as trilobites e as pedras parideiras, entre muitos outros geossítios”.

A 11.ª Conferência Europeia de Geoparques começa a 19 de setembro, com a cerimónia de abertura e o primeiro dia de sessões técnicas. No dia 20 decorre o jantar oficial, seguido de programa cultural, e a 21 ocorre a saída de campo para o Geopark Arouca. Os participantes que optarem por ficar até ao dia 25 podem realizar mais duas saídas de campo, nomeadamente para o outro geoparque nacional, o Naturtejo, e aos Açores, atualmente candidatos a tornarem-se no terceiro geoparque português.

Em destaque

Subir