Coligação FDD timorense dissolvida depois de divisões nas primeiras sessões do parlamento
A coligação Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD), que se estreou na semana passada no Parlamento Nacional, onde tem três lugares, anunciou hoje a sua dissolução devido a diferenças políticas sérias entre os partidos que a integram.
Agostinho Gomes, presidente da Comissão Política Nacional da FDD, confirmou que a decisão foi tomada por unanimidade num encontro durante o fim de semana, depois de divisões entre os três partidos que a integram, PUDD, UDT e FM.
Gomes explicou que a decisão foi tomada depois do Partido Unidade e Desenvolvimento Democrático (PUDD) – o maior dos três partidos – considerar que as restantes duas forças, a União Democrática Timorense (UDT) e a Frente Mudança (FM), não se tinham mostrado consistentes com a postura política da FDD.
Recorde-se que a FDD é representada no Parlamento Nacional por três deputados, um cada dos três partidos, e que os sinais de divisão se evidenciaram as votações dos primeiros dias, incluindo na eleição do presidente e restantes elementos da mesa.
A divisão pareceu assinalar-se durante a votação para o presidente do Parlamento Nacional, Arão Noé Amaral, que contou com os 36 votos a favor (a coligação AMP controla 34 lugares), antecipando-se na altura que o voto secreto teria contado com o apoio de dois membros da FDD.
Essa divisão confirmou-se quando foi votada a proposta de candidatos aos restantes membros da mesa do Parlamento em que a oposição e o líder da bancada da FDD, Antonio Benevides (PUDD), abandonaram o plenário em protesto.
Devido à saída dos deputados da oposição, a lista acabou por ser aprovada por unanimidade dos deputados presentes (36 votos a favor), em concreto os 34 dos três partidos da coligação de Governo, a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) e dois dos três da Frente Desenvolvimento Democrático (FDD), em concreto Gilman dos Santos, da UDT, e Isabel Ximenes, da FM.
Recorde-se que a FDD já tinha tido um nascimento atribulado e que já durante a campanha o líder da FM, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, José Luis Guterres, abandonou a coligação para se juntar à campanha da AMP.