Presidente diz que o país “não está ingovernável” e quer os partidos “empenhados” no sucesso do programa de ajustamento acordado com a troika. Cavaco Silva vê a Irlanda como bom exemplo a seguir e quer que Portugal esteja atento à realidade daquele país. O chefe de Estado não antecipa informações sobre um programa cautelar, mas deixa entender que esse pode ser o caminho.
Cavaco Silva voltou a chamar o PS para contribuir para o sucesso do memorando estabelecido com a troika. Sem especificar partidos, percebeu-se que o recado do Presidente da República se dirigia, sobretudo, ao secretário-geral socialista, que se afastou do consenso alargado pretendido pelo chefe de Estado. Mas Cavaco não deixou de dizer que o PS “é um partido essencial para a recuperação do país”.
Por outro lado, Cavaco sugere que se olhe para a Irlanda, que dentro de um mês termina o seu programa. O caminho daquele país pode, segundo o Presidente da República, ser olhado como exemplo a seguir.
E se a Irlanda optar por um programa cautelar, Portugal pode medir prós e contras e, eventualmente, seguir esse caminho. Cavaco garante que esse programa não está, ainda, em cima da mesa.
No entanto, o Presidente da República esclarece que uma negociação desse género poderá ser feita em segredo. “Normalmente, a negociação do interesse nacional não se consegue negociando na praça pública”, esclarece, em declarações citadas pelo Público.
Para já, a oito meses do fim do programa de ajustamento, o objetivo é o sucesso desse programa e um regresso aos mercados, com ou sem apoio das instituições europeias.
