Mundo

Breivik exige “ser libertado” após “ataque preventivo” para “salvar” a Noruega

breivikAnders Breivik, autor confesso dum duplo ataque que matou 77 pessoas em Oslo e Utoya, justificou em tribunal o “ataque preventivo contra os traidores da pátria” que ajudaram a “promover a colonização islâmica na Noruega”.

Anders Breivik regressou hoje ao Tribunal de Oslo, para mais uma audiência que vai determinar se responde à Justiça pelos atentados na capital (Oslo) e na ilha de Utoya, em julho de 2011 e nos quais morreram 77 pessoas. O arguido noruguês aceitou, pela primeira vez, ser filmado e fotografado, tendo irritado e divertido os presentes com declarações (quase) impensáveis.

“Exijo ser libertado imediatamente”, demandou Breivik, provocando o riso na assistência, onde se encontravam muitos familiares de vítimas mortais dos atentados. O autor confesso justificou o duplo ataque como “um ataque preventivo contra os traidores da pátria que abraçam a imigração para promover a colonização islâmica na Noruega”, alegando ainda merecer uma medalha de honra por alvejar “aqueles que perpetram limpezas étnicas”.

As provocações de Breivik começaram logo que entrou no tribunal, tendo estendido os braços (e as mãos algemadas) num sinal que o advogado de defesa descreveu como “algum tipo de saudação de extrema direita. Queria mostrar à extrema direita que é um dos seus”. Pouco depois, o arguido de 32 anos insistiu que “não aceita” a prisão porque a “limpeza étnica” era obrigatória a fim de “salvar a Noruega e a Europa” do multiculturalismo e, em particular, dos mulçumanos.

Apesar da exigência de Breivik, o tribunal ordenou que continue em prisão preventiva até à abertura do processo, a 16 de abril. O norueguês está sob custódia desde julho, quando ocorreu a explosão de um carro-bomba no centro da capital e o ataque a tiro indiscriminado contra um acampamento da juventude do Partido Trabalhista na ilha de Utoya.

Uma análise psiquiatra justificou que Breivik é insano e estava “psicótico” quando cometeu os ataques, mas a Justiça norueguesa pediu nova avaliação psiquiátrica no mês passado. A juíza Elizabeth Arntzen, do Tribunal de Oslo, afirmou que a nova avaliação limpará as dúvidas do primeiro relatório, que facilita o internamento compulsivo numa instituição psiquiátrica ao invés da pena de prisão.

Dois novos psiquiatras noruegueses, Agnar Aspaas e Terje Toerrisen, foram nomeados para avaliar o estado psicológico de Breivik.

Em destaque

Subir