O bom exemplo do Governo
No final do ano o Governo determinou condições para a limitação de produtos prejudiciais à saúde nos espaços destinados à exploração de bares, cafetarias e bufetes, em hospitais e centros de saúde.
É uma boa medida com vista a promover a saúde em geral, e em particular para a adopção de hábitos alimentares saudáveis.
Esta medida vem na linha do que o Governo já tinha tomado de providenciar a instalação e exploração de máquinas de venda automática, fixando por um lado um conjunto de produtos com excesso de açúcar ou sal adicionado cuja venda foi proibida, e determinando por outro lado uma gama de alimentos mais saudáveis que devem ser disponibilizados.
Estou completamente de acordo com esta estratégia integrada para a promoção da alimentação saudável, que visa incentivar o consumo alimentar adequado e a consequente melhoria do estado nutricional dos cidadãos, com impacto directo na prevenção e controlo das doenças crónicas.
Um Estado democrático afirma-se pelo exemplo, sem proibições. Não estou de acordo que o Estado seja nosso paizinho e nos diga o que podemos ou não fazer. Há algumas medidas que interferem com a nossa liberdade individual e pessoal.
O anterior Governo PSD/CDS queria proibir mais de dois cães e três gatos por apartamento, também queria que uma pessoa dona do seu carro fosse proibida de fumar dentro dele se transportasse crianças! Neste Governo PS, o Código de Estrada permite multar quem está a fumar e a conduzir, caso o agente de autoridade entenda que o acto de fumar está a perturbar a condução ou o trânsito. Não concordo!
Odeio ter que viver numa sociedade proibicionista e com excesso de normas: não posso fazer isto, não posso fazer aquilo. A sociedade precisa de menos sinais de proibição e mais sinais de responsabilização e informação.
Todavia naquilo que o Estado gere e coordena deve dar o exemplo, mas não deve mandar num cidadão nem do que é dele nem em propriedade privada. Para quem está informado sabe que não deve consumir por dia mais do que 20 a 25 gramas de açúcar, nem deve consumir mais de três a cinco gramas de sal.
O excesso de sal leva a ter hipertensão arterial sendo uma doença silenciosa que não causa dor, todavia no futuro pode levar a ter um AVC ou um enfarte.
O excesso de açúcar provoca diabetes e excesso de peso, entre outras doenças.
Tratar estas doenças ficam muito caras ao SNS e, a todos nós com os nossos impostos. A prevenção é das melhores medidas que se pode tomar. Evitar uma doença fica muito mais barato do que curar ou viver com essa doença.
Estas medidas devem ser seguidas da venda de alimentos ‘amigos’ das pessoas: leite simples meio-gordo/magro; iogurtes meio-gordo/magro; sumos de fruta; vegetais naturais; pão, preferencialmente de mistura; fruta fresca; sopa de hortícolas e leguminosas; entre outros.
Esta medida que o Governo tomou nos estabelecimentos de saúde deveria estender-se às cantinas de todas as escolas públicas do país.