O segundo dia do Sata Rali Açores teve um impacto decisivo, causando as três primeiras grandes baixas da prova, pontuável para os campeonatos europeu e nacional da especialidade. Isto porque Craig Breen, que liderava o rali quase desde o início teve de abandonar a um troço do final da tirada.
O irlandês da Peugeot comandava a prova com mais de seis segundos de vantagem sobre o seu companheiro de equipa Kevin Abbring quando, já no final da segunda passagem pela especial das Sete Cidades teve problemas elétricos no seu 208 T16.
Aparentemente a avaria deveu-se a um fio queimado, que desde logo promoveu Abbring à liderança. Mas o holandês não esteve muito tempo no comando da prova, já que Bernardo Sousa venceu as duas derradeiras classificativas do dia e regressou a Ponta Delgada na frente do rali, ainda que com pouco mais de meia dúzia de segundos do seu mais direto adversário.
Sem ter de ‘limpar’ a estrada para os rivais, como sucedeu na véspera, o piloto madeirense conseguiu ser mais rápido e eficaz, sobretudo no belo mas temível troço das Sete Cidades, onde ganhou mais de 23 segundos a Abbring.
Mais quatro segundos ganhos na segunda passagem por Lagoa do Meio deu a Sousa uma pequena vantagem que o piloto da Madeira terá de gerir nas seis classificativas que compõem a última jornada da prova.
Infelizmente para o açoriano Ricardo Moura o dia foi para esquecer, já que quase nem deu para ‘aquacer’, ao não evitar um toque numa pedra logo no primeiro troço da tirada – Graminhais 1. Um percalço que também causou a desistência de Kajetan Kajetanowicz, com o polaco a danificar a suspensão do seu Ford na mesma pedra onde Moura tinha batido.
Apesar de um furo na primeira passagem pela classificativa das Sete Cidades, Bruno Magalhães continuou manter-se em prova, ainda que perdendo tempo e caindo para o quarto posto, atrás o letão Vasily Gryasin.
Menos sorte teve João Barros, que na mesma classificativa também deu um toque que danificou um braço de direção do seu Ford Fiesta R5, e que teve de encostar para regressar no último dia ao abrigo da regra ‘rally2’.
Alheio a tudo isto Pedro Meireles rodeou-se de todas as cautelas para chegar ao fim deste segundo dia e poder ir para casa com mais um triunfo em termos de campeonato nacional (CNR), face à desistência de Ricardo Moura. Uma vez que o piloto de Guimarães não disputa o último dia do rali, apenas pontuável para o campeonato da Europa.
Meireles também beneficiou do toque que Adruzilo Lopes deu na segunda passagem por Sete Cidades e que fez o piloto do Subaru perder a primeira posição entre os concorrentes do CNR.
Classificação
1.º Kevin Abbring/Sebastian Marshall (Peugeot) + 1h24m57,5s
2.º Bernardo Sousa/Hugo Magalhães (Ford) + 6,3s
3.º Vasily Gryasin/Dimitry Eremeev (Ford) + 1m31,0s
4.º Bruno Magalhães/Carlos Magalhães (Peugeot) + 2m47,7s
5.º Pedro Meireles/Mário Castro (Skoda) + 4m20,5s
6.º Jean-Michel Raoux/Laurent Magat (Peugeot) + 4m31,3s
7.º Adruzilo Lopes/Tiago Azevedo (Subaru) + 4m35,0s
8.º Antonin Tlusták/Jan Skaloud (Skoda) + 5m57,7s
9.º Robert Consani/Maxime Vilmot (Peugeot) + 6m47,1s
10.º Giacomo Costenaro/Justin Bardini (Peugeot) + 7m42,0s