Mundo

Autor do relatório do FMI sobre a reforma do Estado de Portugal despedido de fundação em Espanha

A instituição justifica o despedimento com “as informações que apontavam a falsa autoria de um conjunto de trabalhos pagos pela Fundação a que assinava com o nome de Amy Martin”. De acordo com o comunicado emitido pela Ideas, Granados inventou um pseudónimo (Martin) que depois cobrava (e bem) para realizar estudos para a fundação.

Jesús Caldera, vice-presidente da organização, considera “inconcebível” a falsificação da autoria dos estudos, “tanto pela solvência intelectual e excelente currículo académico” de Granados, “como pelo facto de desde segunda-feira ter vindo a reiterar a versão sobre a autoria dos citados trabalhos”.

Para a fundação, que é presidida pelo líder do PSOE (Alfredo Perez Rubalcaba), tratou-se “uma gravíssima quebra de confiança naquele que foi até agora diretor da Ideas”, com evidentes reflexos na tesouraria. A Ideas exige agora que Granados receba as verbas pagas a Amy Martin em 2010 e 2011 e não exclui outras medidas: “a Fundação já entregou o caso aos advogados para estudarem as possíveis ações legais contra o senhor Mulas”.

Trabalhos a 3000 euros

O falso autor foi descoberto pelo El Mundo. O jornal avança que Amy Martin, em teoria uma especialista em assuntos globais, cobrava 16 cêntimos por carater na língua espanhola e 10 se o estudo fosse em inglês: um trabalho chegava com facilidade aos 3000 euros.

A marca e logótipo de Amy Martin registados em nome de Carlos Mulas, apurou ainda o El Mundo. Ao longo de dois anos, a Ideas terá pago cerca de 50 mil euros a Granado, pensando que quem os recebia era Martin.

Carlos Mulas Granados, professor de economia na Universidade Complutense, está filiado no PSOE e chegou a ser assessor económico do Governo, quando este era liderado por José Luís Zapatero. Ao jornal, afirmou que Amy Martin existe, tanto que chegou a fornecer-lhe “um e-mail e um número de telemóvel americano”.

Páginas: 1 2

Em destaque

Subir