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Austrália proíbe uso da burca no Parlamento por parte do público

burcaO Parlamento da Austrália aprovou hoje um regulamento invulgar. As mulheres não podem usar a burca nas galerias para o público, mas nada impede uma deputada de o usar. “Ninguém deve ser tratado como um cidadão de segunda classe”, criticou Tim Soutphommasane.

Os receios de um ataque terrorista ao Parlamento da Austrália, que as autoridades acreditam que estivesse agendado para o início de setembro, estiveram na origem de um regulamento hoje aprovado e que já está envolto em polémica.

As novas regras determinam que as mulheres que queiram assistir às sessões parlamentares não podem cobrir o rosto, nem com véus, nem com burcas.

“As pessoas que entrem com o rosto coberto nas galerias da Câmara dos Representantes e do Senado deverão sentar-se numa galeria fechada”, assegura o novo regulamento elaborado pelo Departamento de Serviços Parlamentares, já em vigor.

Isto significa que as mulheres não podem sentar-se na galeria se estiverem a usar a burca, um elemento do vestuário das muçulmanas que só deixa os olhos visíveis, enquanto uma deputada pode sentar-se na bancada parlamentar tapando o rosto.

Mais perigoso do que um eventual ataque terrorista contra o Parlamento é, para o comissário contra a Discriminação Racial, o risco de segregação racial promovido pela ‘casa da democracia’.

“Ninguém deve ser tratado como um cidadão de segunda classe e muito menos no seu próprio Parlamento”, afirmou Tim Soutphommasane, sustentando que o novo regulamento pode incentivar a discriminação contras as muçulmanas e fomentar a propaganda radical.

O mesmo comissário insistiu que não existe qualquer prova de que uma burca represente uma ameaça à segurança nacional da Austrália, enquanto a proibição do seu uso “pode simplesmente aumentar as tensões culturais e a desconfiança social”, mesmo que o regulamento apenas se aplique às bancadas para o público que queira assistir às sessões parlamentares.

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