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As diversas explicações para as falsas vibrações dos telemóveis

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Caro leitor responda de forma sincera: quantas vezes meteu a mão ao bolso em busca do seu telemóvel, e constatou que afinal aquilo que lhe parecia ter sido o aparelho a vibrar, foi apenas fruto da sua imaginação? Demasiadas vezes não é? Pois pode voltar a recostar-se e respirar fundo porque fique a saber que não é caso único. Muito pelo contrário dado que esta é uma das queixas mais frequentes dos utilizadores de telemóveis, ou seja, de todos nós. Esta semana trago-lhe as diversas explicações para tão intrigante, e aparentemente inexplicável, acontecimento.

Vamos recapitular, estamos na nossa vida com mil e uma tarefas em mãos, e mais umas quantas em atraso desde Maio de 1989, quando sentimos o nosso telemóvel vibrar. Metemos a mão ao bolso e retiramos o aparelho. E qual não é o nosso espanto quando constatamos que não recebemos nada. Nem uma sms. Nem uma chamada. Nem uma notificação do Facebook. Nem um “gosto” no Instagram. Nada de nada. Mas nós quase que podíamos jurar que o telemóvel tinha vibrado. Mas se afinal não recebemos nada é porque não vibrou, certo?

Quererá isto dizer que estamos todos a endoidecer? Talvez, mas fique descansado que existem explicações para tudo isto.

Pois fiquem a saber que um estudo recente debruçou-se sobre este fenómeno “paranormal”.

Do total de indivíduos que integrou o estudo, 68% afirmaram ter sentido o telemóvel vibrar (quando na verdade nada aconteceu), sendo que 87% sentiu o fenómeno semanalmente e 13% diariamente. A verdade é que apenas muito recentemente este fenómeno conquistou a atenção dos cientistas existindo ainda um número muito reduzido de estudos relativos a este problema.

Alex Blaszczynski, Presidente da Escola de Psicologia da University of Sydney, é da opinião que a sensação de vibração é provocada pela actividade eléctrica. “Penso que esteja relacionado com os sinais eléctricos que vêm através das transmissões, interagindo com os nervos em seu redor, dando assim uma sensação de vibração”. Se ele estiver certo, isso significaria que as vibrações não são fantasma, mas uma sensação verdadeira. Ou seja, é algo semelhante ao que acontece quando o telemóvel está perto de uma coluna de som e se ouve um zumbido estranho.

Larry Rosen, professor de psicologia na California State University, tem uma teoria diferente.

Teoria essa que fez parte do seu livro, “iDisorder”. Diz ele que estamos quase sempre a antecipar algum tipo de interacção tecnológica. Especialmente com os nossos smartphones,  vamos inevitavelmente interpretar alguns estímulos (como as calças a roçarem contra a nossa perna ou uma cadeira a ser arrastada pelo chão) como se de uma chamada ou uma mensagem se tratasse.

{loadposition inline}Michael Rothberg, um investigador da Baystate Medical Center, em Springfield, Massachusetts, conduziu um estudo sobre este polémico, e ainda muito desconhecido, tema.

E curiosamente chegou a conclusões muito semelhantes a Larry Rosen: a falsa sensação de vibração deve-se a uma interpretação errada do nosso cérebro dos sinais sensoriais.

“A fim de lidar com uma enorme quantidade de estímulos sensoriais,” diz Rothberg e sua equipa, “o cérebro aplica filtros com base no que ele espera encontrar, um processo conhecido como Hipótese Guiada de Pesquisa.” O cérebro às vezes interpreta estímulos sensoriais de acordo com a hipótese preconcebida de que a sensação de vibração seja proveniente do telemóvel.

As “vibrações fantasma” não parecem causar qualquer dano ao corpo humano, mas se forem demasiado incómodas fica desde já a saber que são reversíveis.

Trinta e nove por cento das pessoas que participaram no estudo de Rothberg foram capazes de parar as vibrações: a) tendo o modo de vibração desligado; b) através da alteração do local do dispositivo (por exemplo, do bolso direito para o esquerdo das calças, ou vice-versa) ou c) usando um dispositivo diferente (as taxas de sucesso foram de 75%, 63% e 50%, respectivamente).

Contudo a principal conclusão é que não está sozinho neste sentimento! Eu próprio confesso que sofro deste mal. E para aqueles que têm a sorte de não sofrer desta condição digo-vos que nem sonham a sorte que têm. Poucas coisas são mais tristes do que meter a mão ao bolso, criar uma expectativa de ter recebido algo, e afinal de contas estar tudo exactamente na mesma. Mas veja pelo lado positivo: no meio de tantas idas ao bolso, algumas hão-de compensar!

Boa semana.

Boas leituras.

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