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António Capucho arrasa Passos e Nobre

Social-democrata António Capucho considera Fernando Nobre uma escolha “inexplicável”, que será vista como uma tentativa de “caça ao voto”, por parte de Passos Coelho. Capucho acusa o presidente do PSD de “ter preterido militantes prestigiados”, optando por alguém “sem perfil, polémico, sem consistência nem coerência política e de duvidosa atratividade eleitoral”.

O social-democrata António Capucho enviou um email aos membros do PSD-Cascais, a 13 de abril, no qual justifica a razão de ter declinado um convite de Passos Coelho para ser vice-presidente da Assembleia da República, numa lista liderada por Fernando Nobre.

Capucho revela que foi contactado por telefone pelo presidente do PSD, que o convidou para liderar uma lista à Assembleia da República, sendo que o seu nome seria proposto para vice-presidente da Assembleia. O convite para ser vice foi “liminarmente recusado”, porque, “por uma questão de coerência”, Capucho não poderia aceitar “ser vice-presidente de Fernando Nobre.

Apesar de reconhecer méritos e “qualidades pessoais” ao presidente da AMI, António Capucho faz um paralelo entre o seu próprio currículo político e o de Nobre e justifica: “Não aceito a minha secundarização face a alguém que não tem currículo político minimamente comparável”.

Fernando Nobre é, para Capucho, “uma personalidade representativa da sociedade civil muito estimável”, mas “inconsistente politicamente”. Aliás, as “afirmações comprometedoras e incoerências” já estão a ser “impiedosamente” demonstradas nas televisões. 

Por outro lado, o social-democrata tem dúvidas de que a inclusão de Nobre nas listas do PSD seja “uma mais-valia eleitoral”. Será vista pelo “cidadão comum como uma “operação de ‘caça ao voto’”. António Capucho vai mais longe e considera “inexplicável” que a escolha de Passos Coelho para segunda figura do Estado recaia em Fernando Nobre.

“Mais grave e chocante é o inexplicável compromisso de candidatar Fernando Nobre à Presidência da Assembleia. Estamos a falar da segunda figura do Estado, que pode ser chamado em qualquer momento a substituir o Presidente da República, caso em que teríamos um político sem preparação e anti-europeísta no cargo cimeiro do Estado”, escreve.

Para António Capucho, “proporcionar a Fernando Nobre um mandato na Presidência da Assembleia significa catapultá-lo para a candidatura seguinte à Presidência da República”, o que colocaria o PSD perante dois cenários: a obrigatoriedade de o apoiar, ou não fazê-lo depois de o promover.

O social-democrata considera que Passos Coelho “preteriu militantes prestigiados e com perfil muito mais adequado” para a Presidência da Assembleia, optando por um independente “sem perfil, polémico, sem consistência nem coerência política e de duvidosa atratividade eleitoral”.

“Prefiro ficar de fora”, conclui António Capucho, que não se sente capaz de “pactuar com esta opção”, nem deixar-se “subalternizar”, após “37 anos ao serviço do meu País e do PSD”.

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