Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, vai a Angola em visita diplomática na próxima semana. A deslocação, no âmbito da CPLP, vai ser boicotada pelo Bloco de Esquerda por entender que Angola não respeita alguns “direitos fundamentais”.
Angola, o ex-parceiro estratégico de Portugal, vai ser o palco da próxima deslocação de Assunção Esteves, a presidente da Assembleia da República, e de vários deputados. Só os parlamentares do Bloco de Esquerda é que não vão até África, pois defendem que o regime de José Eduardo dos Santos não respeita alguns “direitos fundamentais” da democracia.
Frisando que Angola “tem colocado em causa direitos fundamentais como o direito à manifestação e à liberdade de expressão”, Pedro Filipe Soares, líder da bancada bloquista, anunciou o boicote do partido à deslocação oficial: “esta visita é uma tentativa de enquadrar um problema diplomático que inclui dolo ao Estado angolano por parte de Portugal. Nós não consideramos assim. Não aceitamos que Portugal deva nada a ninguém”.
A deslocação foi hoje anunciada após a conferência de líderes, reunião na qual Assunção Esteves justificou a visita no âmbito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e revelando que tem agendo um encontro bilateral com representantes do Parlamento angolano. Para esse encontro, a presidente do Parlamento português convidou os partidos a indicarem os representantes oficiais, surgindo então a recusa do BE.
“A democracia não é plena em Angola. Há direitos fundamentais que não são respeitados, a liberdade de imprensa não é plenamente respeitada, a liberdade de manifestação não é plenamente representada”, insistiu Pedro Filipe Soares, criticando a “tentativa de transformação de uma reunião da CPLP num encontro bilateral”.
Os restantes partidos indicaram a Assunção Esteves os representantes que vão acompanhar a segunda figura da hierarquia nacional. Há dois, ambos do PSD, que já integravam a comitiva em função de outros cargos: Fernando Negrão (presidente da comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias) e Adriano Rafael (presidente da delegação parlamentar na CPLP).
