Num comentário à morte de Silva Lopes, Aguiar-Branco referiu: “É uma felicidade poder partilhar esse momento com o mestre Manoel de Oliveira”. O ministro aludia às mortes de Manoel de Oliveira e Silva Lopes, no mesmo dia. Aguiar-Branco escreve hoje no Facebook que se tratou de “um lapsus linguae”, que assume. Mas lamenta “sentido perverso” que foi atribuído à sua ideia.

O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, quis homenagear, numa única ideia, Silva Lopes e Manoel de Oliveira.

Desse modo, afirmou que, para Silva Lopes, que morreu ontem, à semelhança do cineasta, “é uma felicidade poder partilhar esse momento com o mestre Manoel de Oliveira”.

Houve quem não entendesse ou – no entendimento de Aguiar-Branco – quisesse introduzir um sentido “perverso” na expressão “felicidade”, associada à morte.

E para colocar um ponto final no assunto, o ministro da Defesa recorreu à sua página no Facebook para assumir um erro de linguagem e pedir desculpa.

“Ontem cometi um ‘lapsus linguae’. A linguagem traiu o pensamento ao pretender honrar, render homenagem e distinguir dois grandes portugueses – Manoel de Oliveira e Silva Lopes – a quem Portugal muito deve e que faleceram no mesmo dia”, começou por escrever Aguiar-Branco.

Como é “óbvio”, prossegue, “a expressão é infeliz e vai ao arrepio do resto das minhas declarações”.

E esse facto, segundo o ministro, “bastaria para a boa compreensão do lapso de linguagem cometido”.

“Mas como há sempre quem queira aproveitar situações desta natureza para as ampliar e disseminar, atribuindo-lhes um sentido perverso, aqui fica a devida correção”, escreve.

A terminar esta publicação no Facebook, o ministro presta uma homenagem a dois nomes que partiram no mesmo dia.

“Manoel de Oliveira e Silva Lopes foram dois portugueses de eleição, que tive a honra de conhecer, cuja memória devemos preservar e que constituem um exemplo, para todas as gerações, na forma como dignificaram sempre o nome de Portugal”, conclui.