A cirurgia ontem realizada em Coimbra não foi apenas inédita, é também “um orgulho para a medicina portuguesa”, como disse Martins Nunes: pela primeira vez houve “colheitas de rins, em simultâneo, em dadores vivos, de imediato implantados em recetores cruzados, também em simultâneo”.
Duplo transplante cruzado: simplificando, um rim foi retirado a dois dadores e, logo de imediato, ambos foram implantados em outras duas pessoas. A juntar a isto, os quatro envolvidos estavam todos vivos. Esta cirurgia era, até ontem, inédita em Portugal, passando agora a ser “um orgulho para a medicina portuguesa”, como resumiu José Martins Nunes, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
“Foi a primeira vez que esta cirurgia foi realizada em Portugal”, frisou o responsável da unidade que lidera os transplantes renais em Portugal e que, só no ano passado, realizou 120 cirurgias de transplante.
Foi uma “complexa operação” que implicou “colheitas de rins, em simultâneo, em dadores vivos, de imediato implantados em recetores cruzados, também em simultâneo”, explicou uma nota distribuída pelo CHUC, sobre uma intervenção que exigiu “uma coordenação de equipa perfeita e meios humanos com muita experiência na transplantação renal”.
Coube ao cirurgião Alfredo Mota, diretor do serviço de urologia e transplantação renal do CHUC, liderar uma cirurgia que mobilizou mais 11 cirurgiões, quatro anestesiologistas, 12 enfermeiros e quatro técnicos, ao longo de mais de seis horas e que foi realizada em quatro salas de operações em simultâneo.
