Um vídeo intitulado ‘Stealing the bride’ (‘roubando a noiva’, numa tradução literal) mostra como em certas regiões do Cazaquistão ainda se mantém a prática dos casamentos forçados.
Na maioria dos casos, a noiva nem sequer sabe que o é. Uma mulher, de preferência jovem, é raptada na rua e levada à força até ao noivo, celebrando-se o casamento mesmo contra a vontade dela.
Neste vídeo, a noiva é arrancada do carro, aos choros, enquanto os ‘convidados’ do casamento estendem uma passadeira nupcial.
Como a mulher se recusava a ir para a igreja, foi levada em braços, sobrevoando a passadeira enquanto se ouve uma alegre música de fundo.
A tradição obriga a que a noiva consinta no casamento, o que geralmente era conseguido após vários dias de prisão ilegal, a pão e água. Como as autoridades estão a tentar acabar com estes casamentos forçados, o consentimento é muitas vezes ignorado pelo líder tribal que realiza a cerimónia.
O vídeo ‘Stealing the bride’ relançou o debate sobre uma tradição que os ativistas pelos direitos humanos consideram “bárbara”.
“É uma prática bárbara e medieval forçar jovens e raparigas a casarem-se com homens de que nunca ouviram falar. Em muitos casos, as famílias das vítimas concordam porque receberam avultados pagamentos por parte dos noivos, mas é uma tradição datada e horrível que não tem lugar no actual Cazaquistão”, defendeu a porta-voz dos ativistas, Zuyeva.
Apesar dos casamentos forçados serem ilegais, um estudo recente realizado pelo Ministério Público cazaque demonstrou que mais de 60 por cento dos adultos e 74 por cento dos adolescentes conhecia pelo menos uma vítima desta tradição.
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