Um jornal da Malásia foi suspenso pelo Governo por cumprir um dos seus deveres: questionar sobre as justificações para as despesas de um membro do executivo. De acordo com a denúncia do Sindicato dos Jornalistas malaio, o The Heat encontra-se suspenso por tempo indefinido após publicar um trabalho sobre os gastos do primeiro-ministro, Najib Razak.
Intitulado “Todos os olhos sobre os gastos do primeiro-ministro Najib”, o artigo noticia várias despesas feitas pelo governante e, inclusive, pela esposa: a oposição alega que a mulher do primeiro-ministro terá utilizado um avião do Governo para se desloca até ao Qatar, onde participou numa cimeira de mulheres.
A notícia agitou o Governo e, em resposta, o Ministério do Interior ordenou o encerramento do semanário The Heat. Antes de ser publicado, já fora convocado para ir a tribunal e o diretor tinha sido chamado a comparecer perante o ministro do Interior, o qual aconselhou o responsável do jornal a “baixar o tom” do que informa, como relata o Malaysia Insider.
“O Ministério do Interior, com a suspensão do The Heat, contradiz o que um verdadeiro Governo democrático deveria defender”, afirmou Chin Sung Chew, presidente do Sindicato Nacional de Jornalistas, lamentando que a Malásia não proteja a liberdade de imprensa.
Eric Paulson, que fundou a organização de defesa dos direitos humanos Advogados para a Liberdade, prefere centrar as acusações no Ministério do Interior por “continuar a sujeitar de forma autoritária a imprensa” na Malásia.
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