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Mais de dois mil imigrantes pedem apoio para retornar à origem

Os imigrantes cansaram-se da pieguice em Portugal e querem regressar aos países de origem. Segundo os dados da Organização Internacional para as Migrações, só no ano passado houve quase 600 retornos entre os mais de 2000 pedidos de ajuda.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) recebeu, em 2011, um total de 2114 pedidos de imigrantes para retornarem à origem. Destes, só 594 conseguiram deixar Portugal.

Os dados globais, fornecidos pela delegação portuguesa da OIM, os brasileiros lideram a lista de inscrições e de regresso concretizado ao abrigo do Programa de Retorno Voluntário (PRV). No ano passado, 84,2 por cento dos pedidos de regresso foram feitos por imigrantes brasileiros, que lideram também o retorno a nível mundial.

Os pedidos de retorno surgem, em especial, motivados por situações financeiras complicadas, que também conduzem a quadros depressivos. “É principalmente a depressão que aparece e, em alguns casos, surge alguma desagregação mental, que provavelmente nunca aconteceria se estivessem junto dos familiares, no local onde cresceram”, explicou Alcione Scarpin, a psicóloga que atende os brasileiros indicados pela Associação Lusofonia, Cultura e Cidadania (ALCC).

“A maioria dos casos que atendemos na associação é considerado prioritário. São pessoas que estão em casas de apoio, abrigos e há ainda situações de mães com filhos pequenos sem condições para manter uma casa. São situações extremas, ocorrendo alguns casos também de doenças graves”, complementou Vanessa Bueno, advogada que presta apoio jurídico aos imigrantes lusófonos na ALCC.

Alcione Scarpin precisou haver dois grupos mais vulneráveis aos problemas psicológicos decorrentes da precária situação financeira: “os jovens adultos que estão sozinhos em Portugal e as famílias com crianças pequenas”. No caso dos imigrantes brasileiros acrescenta-se a deceção pelos sonhos de uma vida melhor frustrados: “cria-se um sentimento de vazio, frustração, de insucesso, o que proporciona a ocorrência de casos de depressão”.

Aos problemas de saúde mental juntam-se os financeiros, insiste Vanessa Bueno: “o facto de ouvir que o Brasil está muito bom e aqui está muito mal faz com que os brasileiros pensem também no retorno”.

Gerido pela OIM, em colaboração com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), e financiado pelo Fundo Europeu de Regresso (em 75 por cento) e pelo Estado português (em 25 por cento), o PRV financia a viagem de regresso do imigrante (o preço médio ronda os 900 euros) e atribui-lhe ainda 50 euros de dinheiro de bolso para despesas.

O programa impõe um período de interdição de três anos, que obriga os imigrantes que dele beneficiaram a, se voltarem a Portugal, ressarcirem o Estado no valor que lhes foi pago.

Na lista de retornados, aos brasileiros seguem-se os angolanos, que representam 4,2 por cento dos embarcados ao abrigo do programa da OIM. Mas, segundo sublinharam à Lusa várias pessoas ligadas à comunidade de Angola em Portugal, este valor está aquém da realidade, porque muito mais angolanos estão a regressar através do recurso a outros apoios, como, por exemplo, as representações diplomáticas.

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