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“Com tantas pessoas não há prioridade nenhuma na vacinação”, critica ex-ministra da Saúde

A socialista Maria de Belém Roseira, que foi ministra da Saúde entre 1995 e 1999, é uma das signatárias de uma carta aberta, endereçada ao Presidente da República, a questionar os critérios de vacinação.

Com a inclusão de mais dois grupos (titulares de cargos públicos e idosos com mais de 80 anos) na lista de prioridades, começa a haver demasiada gente para tão poucas vacinas.

Ao incluir-se “tantas pessoas e tantos grupos na mesma prioridade não há, ao fim e ao cabo, prioridade nenhuma”, sustentou a ex-ministra da Saúde.

“É um grupo gigante, que vai crescendo. Isto não é esclarecimento, não é clareza, é confusão”, insistiu Maria de Belém Roseira.

No caso dos políticos, a ex-governante considerou que “ninguém discute que as mais altas figuras do Estado sejam vacinadas”, mas questionou o alargamento do critério a outros titulares de cargos públicos, como deputados e autarcas.

“Tem de se discutir aquilo que é mais adequado perante uma situação pandémica: em primeiro lugar, salvar vidas; em segundo lugar, salvaguardar o sistema de saúde; e, depois, atingir a imunidade de grupo, que é aquilo que se pretende”, explicou.

A ‘falta de critério’ nos critérios que levaram à definição dos grupos prioritários justifica, no entender da ex-ministra, que os portugueses olhem com desconfiança para a campanha de vacinação contra a covid-19, em especial depois de revelados casos de não prioritários que já foram vacinados, como aconteceu com o presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz.

“Verificamos que pessoas que o simples bom senso levaria a que não fossem vacinadas aproveitaram a onda. Isto não pode ser! Temos poucas vacinas, temos de as aproveitar bem”, frisou Maria de Belém Roseira, ao participar no Fórum TSF.

A ex-ministra da Saúde alertou ainda que o combate à pandemia de covid-19 está a provocar um “engarrafamento de acesso para patologias não-covid”, assim como um “agravamento da doença das pessoas que não têm covid-19”.

“As consequências só se avaliarão, em toda a sua dimensão, daqui por bastante tempo”, finalizou.

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