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“Amigo Gaspar, não exagere na política de austeridade”, aconselha economista Paul de Grauwe

Prestigiado economista belga, pede ao “amigo Vítor Gaspar” que ponha um travão na austeridade, sob pena de Portugal cair numa situação de insolvência. “Não exagere, Vítor Gaspar”, afirmou De Grauwe, que duvida de que Portugal regresse aos mercados em 2013.

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, recebeu hoje um convite para travar as políticas de austeridade. Paul De Grauwe – reputado economista, professor de da London School of Economics e investigador no Center for European Policy Studies – considera que é preciso repensar as estratégias.

Portugal estará a ser conduzido para a insolvência, caso Vítor Gaspar exagere nas medidas de austeridade. Paul De Grauwe duvida de que Portugal regresse aos mercados no próximo ano e diz que Gaspar “é um bom amigo” e por isso lhe pede: “Gaspar, não exagere”.

“O Governo pode estar a levar o rumo da austeridade demasiado longe. Poderá estar a empurrar a economia portuguesa para uma espiral recessiva. Não vai conseguir curar o défice orçamental e reestruturar a dívida pública assim”, vaticina Paul De Grauwe.

No entanto, Vítor Gaspar merece elogios no que diz respeito ao corte da despesa. “O caminho que o Governo português está a adotar é o certo. É preciso cortar no défice e na dívida. Esse objetivo deve-se manter”, salienta Paul De Grauwe. No entanto, para o economista, a austeridade não é a única opção.

No Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde participa na conferência ‘Portugal em Mudança’, lançou um convite a uma mudança de política. “Há uma definição de inteligência que é: quando se vê que uma coisa não funciona, não se insiste nela…”, disse.

Por outro lado, o Banco Central Europeu tem de ser independente na sua ação. Ser “polícia e bombeiro” da Europa, simultaneamente, retira-lhe essa caraterística essencial, segundo De Grauwe. “É lamentável que o BCE faça parte da troika”, acusa.

Paul De Grauwe vê a Europa numa ‘luta’ entre norte e sul, com os países do norte a não pretenderem aquilo de que os países do sul necessitam: “estimular a economia”.

“Os países do norte não querem estimular a economia”, defendeu Paul De Grawe, apontando no sentido da Alemanha, sobretudo. Nesse sentido, o Governo de Portugal não deve seguir políticas de austeridade que ultrapassem os limites do suportável.

Na sua intervenção, o economista acusou os países do norte da Europa de quererem “fugir às suas responsabilidades”.

“Por cada devedor irresponsável, há um credor irresponsável. Mas, em grande parte da Europa, a crise é uma questão de moral: há os bons que têm excedentes, e os do sul, que têm dívidas”, defende.

Portugal e o Governo, em particular, devem fazer exigências, em vez de cumprir cegamente instruções. Os países em reestruturação de dívida podem estar a caminhar para a insolvência.

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