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Veto à candidatura de Lula desestabiliza presidenciais brasileiras

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, disse hoje que o veto à candidatura presidencial do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado por corrupção, desestabiliza o processo eleitoral antes das eleições de outubro.

“A gravidade do que vivemos no Brasil é muito grande. Temos receio do que pode acontecer nas eleições. O facto de “impossibilitarem o Lula, desestabiliza o processo eleitoral”, disse Hoffmann, num evento na cidade de São Paulo.

A presidente da PT abriu hoje o fórum “ameaças à democracia e à ordem multipolar”, organizado pela Fundação Perseu Abramo, e com a presença de vários ex-líderes europeus, incluindo Dominique de Villepin e Massimo D’Alema, ex-primeiros ministros de França e Itália, respetivamente.

Também está anunciada a presença no simpósio do ex-primeiro ministro espanhol Jose Luis Rodriguez Zapatero e de vários académicos, como o linguista, filósofo e ativista norte-americano Noam Chomsky.

Hoffmann assegurou que no Brasil não existe uma “normalidade democrática” desde a destituição, em 2016, da então Presidente Dilma Rousseff e a aprovação das controversas reformas liberais que impulsionaram o seu sucessor, Michel Temer, seu antigo vice-presidente.

“Não temos certeza de que esta eleição possa prosseguir como uma eleição normal, vai depender do desempenho que o PT tenha. E, embora tenhamos um bom desempenho, podemos estar sujeitos a outros fatores de intervenção”, disse Hoffmann.

O PT insistiu até ao último momento na candidatura de Lula da Silva, preso desde abril e condenado a 12 anos de prisão por corrupção, e na sua participação nas eleições de 07 de outubro.

No entanto, a candidatura de Lula foi vetada pelo Tribunal Superior Eleitoral em virtude de uma norma que proíbe expressamente um condenado em segunda instância de concorrer a um cargo público.

Lula, que, além da sentença, tem ainda outros cinco processos criminais abertos por corrupção na Justiça, foi impossibilitado de concorrer às presidenciais quando liderava as sondagens de intenções de voto com quase 40 por cento de apoio.

O ex-Presidente tentou muitos recursos na justiça, mas todos lhe foram negados, forçando-o a retirar a sua candidatura e a nomear o seu ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como cabeça do partido, em conjunto com Manuela Comunista D’Avila, candidata a vice-Presidente.

“Temos que chamar a atenção para o que está a acontecer no Brasil, porque o que acontece aqui tem um grande impacto na América Latina e no continente africano”, disse Hoffmann.

Lusa

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Lusa

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