O Governo do Presidente Nicolás Maduro acusou hoje os Estados Unidos de atacarem a sua “soberania económica” ao sancionarem 34 embarcações propriedade ou operadas pela estatal Petróleos da Venezuela SA e duas empresas que transportam petróleo venezuelano para Cuba.
“O Governo da República Bolivariana da Venezuela condena categoricamente o novo ataque do Governo dos EUA contra a indústria petrolífera venezuelana e a sua soberania económica”, explica um comunicado divulgado em Caracas.
No documento, divulgado pelo Ministério de Relações Exteriores da Venezuela, Caracas diz ser “inaceitável a cínica e criminosa decisão do Governo de Donald Trump de pretender aplicar medidas violadoras do Direito Internacional e dos próprios princípios económicos e comerciais que defende, ao anunciar sanções contra embarcações venezuelanas e empresas de transporte para afetar o envio de petróleo à irmã República de Cuba”.
“Resulta paradoxal que um país membro da Organização Mundial do Comércio, que se faz chamar defensor dos princípios liberais, viole os mais básicos direitos económicos e comerciais, pretendendo prejudicar não apenas os povos da Venezuela e Cuba, mas também empresas e associações comerciais que deveriam ter amparo legal internacional”, afirma.
No comunicado, o Governo venezuelano “denuncia a perigosa atuação do Governo norte-americano, que uma vez mais se põe à margem dos mais elementares princípios legais, com a intenção de gerar sofrimento nos povos da nossa América”.
“A Venezuela reitera que nenhuma ação imperialista deterá a cooperação entre os povos livres e independentes e adverte que responderá pelas vias jurídicas correspondentes perante as mais recentes pretensões da nefasta administração Trump”, conclui.
O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou na sexta-feira novas sanções impostas contra 34 embarcações propriedade ou operadas pela empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA) e duas outras empresas que transportam petróleo venezuelano para Cuba.
“Os EUA continuam a tomar medidas enérgicas conta o regime ilegítimo do ‘ex-Presidente’ Nicolás Maduro, não apenas para isolar as empresas corruptas da Venezuela, mas também para atacar os simpatizantes de Maduro em Havana, que continuam a permitir a opressão do povo da Venezuela”, explica o Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos EUA.
Num comunicado, publicado na internet, o Tesouro norte-americano explica que “Cuba tem sido uma força que tem potenciado e alimentado a crise da Venezuela”.
“O Departamento do Tesouro está a tomar medidas contra as embarcações e entidades que transportam petróleo, proporcionando uma tábua de salvação para manter a ‘flutuar’ o regime ilegítimo de Maduro”, explica-se no comunicado, citando declarações do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Segundo aquele responsável, “Cuba continua a lucrar e a apoiar o regime ilegítimo de Maduro através de esquemas de petróleo (…), enquanto tenta manter Maduro no poder”.
“Cuba é um importante importador de petróleo da Venezuela e em troca presta assistência em forma de assessores políticos, oficiais de inteligência [serviços secretos], militares e profissionais médicos, que são usados para garantir o controlo do poder de Maduro e controlo social completo sobre o povo da Venezuela”, pode ler-se na nota.
Entre os visados pelas sanções está o barco petrolífero Despina Andrianna, propriedade da empresa Ballito Bay Shipping Incorportated, com sede em Monróvia, Libéria, que realizou entregas de petróleo venezuelano a Cuba, durante os meses de fevereiro e março de 2019.
O mesmo acontece com a empresa que opera essa embarcação, a Proper in Management Incorportated, com sede na cidade portuária de Piraeus, em Atenas, na Grécia.
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