O antigo primeiro-ministro e candidato às presidenciais na Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló criticou hoje a presença do atual líder do Governo, Aristides Gomes, por participar em ações de campanha do líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, também candidato.
“Já estamos a ver o que se passa. Um primeiro-ministro de um Governo que gere eleições a acompanhar um candidato para a deposição da sua candidatura”, no Supremo Tribunal de Justiça, observou Sissoco Embaló, candidato apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), em declarações aos jornalistas momentos depois de proceder hoje à mesma diligência.
Aristides Gomes, bem como vários membros do Governo acompanharam na terça-feira Domingos Simões Pereira, candidato às presidenciais de 24 de novembro apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), ao Supremo Tribunal de Justiça.
Para Umaro Sissoco Embaló, aquele gesto “é como pendurar a língua no pescoço do gato”.
“Mas felizmente, como Deus não dorme, vimo-los a denunciarem-se uns aos outros por causa da droga”, afirmou Embaló, adiantando que os políticos que estão no poder atualmente na Guiné-Bissau trocam acusações sobre “quem trouxe e quem transporta a droga” e que o seu partido não parte desse debate.
A Polícia Judiciária guineense apreendeu no início deste mês quase duas toneladas de cocaína, que já foi incinerada, e deteve 10 pessoas.
Umaro Sissoco Embaló defendeu que se for eleito Presidente nas eleições de 24 de novembro, a sua missão será a de “limpar a Guiné-Bissau”, e que por isso anda com uma vassoura nas mãos e para que “ninguém escape” à sua ação.
O candidato suportado pelo Madem G-15, líder da oposição na Guiné-Bissau, não citou nomes, mas considerou que “de cada vez que certas pessoas estão no Governo ouve-se falar da droga” na Guiné-Bissau.
Sissoco Embaló disse que a sua candidatura visa a refundação do Estado guineense, que frisou estar hoje no chão, desencadear um verdadeiro processo de reconciliação dos cidadãos, acabar com a impunidade e dignificar as instituições, defendendo que a Guiné-Bissau “não pode ser uma República das bananas”.
“Se for eleito Presidente, como serei eleito, posso garantir que os guineenses vão dizer de uma vez por todas que já encontraram a pessoa de que estavam à procura”, defendeu Embaló, que saiu das instalações do Supremo Tribunal ao som da música dos seus apoiantes.
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