Os candidatos às primárias Democratas nos Estados Unidos, que realizam hoje o seu sexto debate televisivo, defenderam que as acusações ao Presidente têm de ter consequências, se não pela destituição, então por uma derrota nas eleições de 2020.
“Temos de restaurar a integridade da presidência”, disse o ex-vice-presidente Joe Biden, que lidera a corrida para ser candidato do Partido Democrata na Casa Branca.
“O meu dever é explicar porque é que ele [Donald Trump] não merece ser Presidente dos Estados Unidos por mais quatro anos”, afirmou no debate.
A câmara baixa do Congresso, onde a maioria dos deputados é Democrata, decidiu, na quinta-feira, a favor do “impeachment” (destituição) de Trump, acusando-o de “abuso de poder” para obter ganhos políticos pessoais.
Agora cabe ao Senado, dominado pelos Republicanos, julgar Donald Trump, o que deverá acontecer em janeiro.
O inquérito para destituição arrancou no início de outubro, com acusações de que o Presidente teria pressionado o seu homólogo da Ucrânia, Volodymyz Zelensky, para investigar a atividade, junto de uma empresa ucraniana envolvida em casos de corrupção, do filho do rival político Joe Biden.
Trump é um “mentiroso patológico” que lidera “o governo mais corrupto da história americana moderna”, sublinhou outro dos Democratas bem posicionados na corrida, Bernie Sanders.
Elizabeth Warren também criticou o Presidente, considerando que é “o mais corrupto da história recente”, secundada por Amy Lobuchar, que lembrou que “o Presidente não é um rei”.
Estes três candidatos Democratas têm assento no Senado, mas o líder da bancada dos senadores Republicanos, Mitch McConnell, tranquilizou na sexta-feira o Presidente Donald Trump e os seus apoiantes sobre o desfecho do processo de destituição, dizendo que “é para momentos como estes que existe o Senado”.
“O que quer que aconteça no Senado, cabe-nos a nós” agir para derrotar Donald Trump em novembro de 2020, defendeu Pete Buttigieg, ‘mayor’ em Indiana.
A única voz claramente discordante foi a do empresário asiático Andrew Yang, que considera que o país e os Democratas estão “a ficar obcecados com o ‘impeachment'”.
Dos 15 candidatos que ainda permanecem na corrida Democrata para escolher um candidato presidencial em 2020, apenas sete reuniram as condições (de percentagem de intenções de voto nas sondagens e de dinheiro angariado para campanha) para comparecer no debate televisivo em Los Angeles, Califórnia.
No entanto, um deles estará ausente, o bilionário Michael Bloomberg, antigo ‘mayor’ de Nova Iorque, porque se comprometeu a não usar donativos para financiar a sua campanha (parâmetro de escolha para os confrontos televisivos), preferindo usar apenas a sua imensa fortuna pessoal (avaliada em mais de 50 mil milhões de euros).
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