“Eu nem sequer tinha uma arma”. Uma das últimas frases de Troy Davis, executado nos EUA às 22h53 e declarado morto às 23h08, depois de ser acusado e condenado pela morte de um polícia.
Antes de morrer, falou à família do polícia. Troy garantiu que não é o responsável pela “dor que sentem”. Da União Europeia ao Papa Bento XVI, do antigo Presidente norte-americano Jimmy Carter a um ex-diretor do FBI, de todo o mundo surgiram pedidos de clemência, não apenas pela pena de morte, mas porque nenhuma prova é consistente.
Troy Davis foi condenado por um Supremo Tribunal sem provas, que desrespeitou o princípio de decidir a favor do réu, em caso de dúvida. A história deste condenado suscitou uma verdadeira causa internacional.
As provas apresentadas provocaram dúvidas nos próprios elementos do júri, que decidiram aplicar a pena de morte, na penitenciária de Jackson, na Geórgia. Os derradeiros apelos adiaram o último passo no corredor da morte, por quatro horas, mas não atingiram o fim supremo: evitar esta sentença.
Troy Davis, que tinha 42 anos, foi condenado em 1989, depois de nove testemunhas o terem acusado. Sete dessas nove testemunhas alteraram a sua versão dos factos, ao longo destes 20 anos em que percorreu o corredor da morte.
Morreu a jurar inocência, num caso que vem trazer para a atualidade a aplicação da pena de morte, por parte de uma Justiça que – está provado, em diversos processos – também se engana.
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