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Troika trata Portugal “como um criado”, acusa Mário Soares

Mário Soares, antigo Presidente da República, volta a criticar a troika, que trata Portugal “como um criado”. Soares, que como primeiro-ministro negociara com o FMI por duas vezes, lançou ainda um apelo ao Governo, no sentido de não menosprezar a revolta dos militares. “Será que a troika nos defenderá, no dia em que os militares se manifestarem a sério?”, questionou, em Coimbra.

A voz de Mário Soares voltou a fazer-se ouvir, de novo para criticar a submissão de Portugal à troika, cenário que o antigo Presidente da República já apontou como inquestionável.

“Portugal não pode ser um criado da troika, entidade que não sabemos de onde provém”, afirmou o histórico socialista, numa conferência de imprensa em que voltou a lançar acusações aos especuladores e ao poder do dinheiro, que trava o crescimento de países endividados.

Mário Soares recordou os tempos em que teve de negociar com o FMI, por duas vezes, na condição de chefe de Governo. E falou de “azar”… Recordou episódios dessas negociações e lamentou a forma fria como os processos de resgate a Portugal foram tratados.

“Eu tive o azar de ter de negociar com o Fundo Monetário Internacional. Recebi uma senhora que nunca falou no nome de Portugal, que nunca falou em conferência de imprensa”, lembra.

Nestas declarações proferidas ontem em Coimbra, Mário Soares aconselhou o Governo a não menosprezar a revolta dos militares, que “quando se manifestam, com farda ou sem ela, há que abrir os olhos…”, defendeu o antigo chefe de Estado.

Nesta conferência em Coimbra, Mário Soares questionou se a troika “virá defender Portugal”, quando chegar o dia em que os militares se manifestarem “a sério”.

Desde que a troika se ‘instalou’ em Portugal, ao abrigo do plano de resgate, o antigo Presidente da República repetiu críticas. Falou em “subserviência” de Portugal e acusou o Governo de se “ajoelhar perante o memorando de entendimento.

O socialista considerou ainda que “os textos da troika não são uma Bíblia”, pelo que o Governo de Pedro Passos Coelho não tem de estar vergado perante o memorando.

Recentemente, Mário Soares defendeu também que o futuro da União Europeia está em risco: “Ou se dominam os mercados e se metem na ordem os paraísos fiscais e as agências de rating, ou o euro será destruído, assim como a União, o que seria uma calamidade”.

As palavras proferidas agora em Coimbra são espelho do ideal de Mário Soares, que v~e Portugal vergado, submisso, dominado pela troika.

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