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Trabalhadores da Renault Cacia em greve contra pressão e por aumentos salariais

Dezenas de trabalhadores da Renault Cacia, em Aveiro, em greve estavam concentrados hoje cerca das 15:00 em frente à empresa, em protesto pelo assédio, repressão e perseguição que dizem estar a sentir e para exigir aumentos salariais justos.

Este é o primeiro de uma greve de três dias intercalados que se repete nos dias 10 e 12 de novembro.

De acordo com dados da comissão de trabalhadores, a adesão à greve no setor da produção foi de 80 por cento no turno da noite (22:00 às 06:00), 90 por cento no turno da manhã (06:00 às 14:00) e 85 por cento no turno da tarde (14:00 às 22:00).

Fonte da direção da empresa referiu apenas que a greve afetou a produção da fábrica, sem adiantar qual a adesão à paralisação.

Os trabalhadores falam num clima social “terrível” que se vive na empresa, adiantando que a pressão que dizem sentir por parte das chefias tem vindo a aumentar nos últimos dois anos.

“Eles têm objetivos que não estão a conseguir cumprir e então exigem muito mais dos trabalhadores”, disse à Lusa Manuel Chaves, da Comissão de Trabalhadores, afirmando ter conhecimento de vários trabalhadores que já andam a tomar antidepressivos.

Os trabalhadores queixam-se ainda das condições de trabalho devido às obras que estão a decorrer para modernização da fábrica e reclamam um aumento salarial de 65 euros para compensar os ritmos de trabalho elevados.

“Hoje um trabalhador trabalha com mais máquinas do que trabalhava antigamente e por via disso o rendimento operacional tem subido. O trabalhador consegue fazer no mesmo tempo mais peças. A empresa tem mostrado no relatório que têm tido lucros. Portanto, tem condições para poder satisfazer esta reivindicação aos trabalhadores”, disse Manuel Chaves, que trabalha na empresa há 36 anos.

Os trabalhadores depositam esperanças numa reunião que vai ter lugar na próxima segunda-feira entre a Comissão de Trabalhadores e o diretor de Recursos Humanos da Renault Ibéria para discutir esta situação.

“A falta de respostas às legítimas reivindicações que os trabalhadores entregaram através de uma resolução aprovada em plenários em abril de 2019, e apesar de todos os esforços feitos na procura de diálogo, levou a que não restasse outra alternativa aos trabalhadores senão avançar para a greve”, refere um comunicado do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Norte (SITE).

Segundo aquele sindicato, verifica-se “um sentimento de frustração coletiva pela falta de reconhecimento da administração pelo empenho e dedicação dos trabalhadores”.

“Mesmo depois dos inúmeros alertas concretizados pelas organizações de trabalhadores sobre a pressão e ritmos de trabalho elevados, estes não param”, com reflexo nos acidentes de trabalho e baixas por doença, acrescenta o sindicato.

O pré-aviso de greve para os dias 7, 10 e 12 de novembro, com paralisação de 24 horas em cada um dos dias, foi entregue depois de aprovado em plenários de trabalhadores realizados a 27 e a 28 de outubro.

Lusa

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Etiquetas: Renault

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