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Tiago Pires destaca que Kikas tem que “apostar tudo” no Havai

Tiago Pires, o primeiro surfista português a competir na elite do surf mundial, considera que Frederico Morais tem que estar ao seu melhor nível nas três provas no Havai para assegurar a permanência no circuito mundial.

“Se fosse o Kikas ia apostar tudo no ‘Triple Crown’ [três provas havaianas], até porque ele já se deu muito bem, e tem um historial de resultados muito bons nas duas provas [das Qualifying Series (QS), em Haleiwa e em Sunset Beach]. É um surfista que tem um estilo de surf que se enquadra muito bem naquelas duas ondas”, lançou à Lusa Tiago Pires.

Esta ‘tripla perna’ havaiana, composta por dois eventos das QS de 10.000 pontos e uma prova final do circuito mundial em Pipeline, arranca hoje na praia de Haleiwa (12 a 24 de novembro), seguindo depois para Sunset Beach (25 de novembro a 06 de dezembro), e termina com o Pipe Masters (08 a 20 de dezembro).

“Apesar de estar um pouco longe ainda da qualificação via QS [circuito de qualificação], penso que ele [‘Kikas’, atual 45.º classificado nas QS] não estará muito longe da posição em que chegou ao Havai no ano em que se qualificou, que era ‘quarenta e pouco’, e depois fez duas finais e qualificou-se”, salientou o antigo surfista profissional.

Tiago Pires assinalou que Kikas “teve um primeiro ano que lhe correu muito bem”, mas que este foi um ano diferente, até a nível de julgamento” por parte do painel de júris que avaliam as ondas dos melhores surfistas do mundo.

“Como atleta não gosto de falar de roubos, nem nada que se pareça, por parte dos júris, mas tem sido um ano interessante em termos de julgamento, tem flutuado muito de prova para prova, não tem sido muito constante”, sublinhou.

“O Kikas encontra-se em 21.º, está a dois lugares de ficar fora, e a etapa do Havai acaba por ser uma etapa bastante difícil para os surfistas que estão mais em baixo ganharem pontos, porque é uma onda muito difícil, com muita tradição, onde é muito complicado treinar”, considerou.

Segundo Tiago Pires, tal como para o português, “também para os outros que estão a concorrer diretamente com ele pela vaga, [o Pipe Master] é um campeonato complicado”, ou não fosse considerada a prova rainha do circuito mundial de surf.

“É um campeonato de tubos, de ondas grandes, o que, diria, não é o forte do Kikas, não é aí que está a polivalência dele como atleta. Mas também é difícil para os outros. Por isso, acho que ele está num momento complicado e vai precisar de um bocadinho de sorte do lado dele para que os três ou quatro surfistas que estão abaixo dele não se deem bem na prova”, frisou.

Além disso, “há uns fatores que também não os estão a ajudar, como o regresso do Kelly Slater, do John John [Florence], que são ótimos surfistas a competir ali. É uma prova decisiva para ele. Mas ele está dentro neste momento e, se nada mudar, ele está dentro [do principal circuito] para o ano seguinte”, realçou.

“Vai depender muito do mar. Infelizmente, nem sempre se consegue ter as condições ideais em Pipeline. É uma onda com muita personalidade, é preciso o banco de areia estar certo e nem sempre isso acontece no princípio do inverno. Depois, é preciso que venha a ondulação certa. Se o mar estiver pequeno, o que tem acontecido nalguns anos, e se eles lançarem a prova com ondas pequenas, acho que o Kikas pode competir de igual para igual com o Kelly Slater ou com quem for. Se o mar estiver grande, aí a experiência de um surfista como o Kelly é avassaladora e será muito difícil passar por esse ‘heat’ [bateria]. Mas nesse ‘heat’ também ninguém perde”, opinou.

Na primeira bateria em Pipeline, Kikas vai enfrentar o sul-africano Jordy Smith, atual número seis do Mundo, e ainda o ‘eterno’ Kelly Slater, que já foi 11 vezes campeão do mundo.

Saca é atualmente o agente de Vasco Ribeiro, o outro surfista português que ainda tem esperanças de se qualificar para o circuito de 2019.

“Eu sou um crente e, como desportista, acho que tudo é possível. Está mais perto do que o Kikas via QS, está em 23.º, está a ter um dos seus melhores anos no QS e, se não me engano, vai chegar ao Havai na melhor posição de sempre. Por isso, tudo é possível, basta-lhe fazer uma final numa das duas provas e poderá estar dentro”, observou.

“Se não, com dois resultados bons nos dois campeonatos, de quartos de final para cima, penso que também é possível ele subir e permanecer dentro do top-10, por isso, tem que acreditar. Eu também, como agente dele, quero acreditar ao máximo. Em termos de qualidade de surf ele tem mais de sobra para se dar bem no Havai”, afirmou Tiago Pires.

Para Saca, “vai ser uma questão mental, de conseguir lidar com o ‘stress’ do final do ano, o ‘stress’ de não conseguir mais uma vez”.

“No final do ano sofremos sempre uma grande dose de ansiedade porque é o culminar do ano inteiro em duas provas, ou numa prova. Mas no ano passado ele fez o seu segundo melhor resultado do ano em Sunset Beach, foi aos quartos de final, e ele lida bastante bem com essa pressão, pelo que tudo vai depender da sua performance no dia”, referiu.

Lusa

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Etiquetas: HavaiSurf

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