De acordo com números avançados por Jorge Roque da Cunha em declarações à agência Lusa, o Estado gasta todos os anos mais de “300 milhões de euros em horas extraordinárias” pagas aos médicos, valores excessivamente alto e que não tem justificação.
O secretário-geral do SIM aponta que esse número é exagerado e “não faz qualquer sentido”, acarretando enormes prejuízos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). A estes 300 milhões acrescem, segundo Roque da Cunha, “90 milhões” de despesa, com empresas de prestação de serviços.
“O Estado viciou os médicos em horas extraordinárias. Os médicos não fazem horas extraordinárias porque querem, mas porque as instituições, que fazem os pagamentos, necessitam das mesmas”, destaca à Lusa.
O dirigente do SIM aponta como solução uma medida simples: “Criar uma grelha salarial que torne dispensáveis tantas horas extra”, através da otimização do tempo de trabalho dos médicos. Certo é que a nova grelha salarial ainda não é conhecida.
Roque da Cunha considerou ainda que as administrações hospitalares não respeitam orientações superiores porque a secretaria de Estado da Saúde não revela “capacidade de fazer cumprir o que manda”.
A atual situação do País é um entrave à resolução do problema das horas extraordinárias, porque o Ministério da Saúde necessita “desesperadamente” dessas horas dos médicos, sob pena de não ser capaz de prestar os serviços de urgência com um mínimo de qualidade.
O sindicato entende ainda que a medida de limpar a lista de médicos de família não está a resultar.
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