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Saúde: dispositivos médicos em “segunda mão” podem trazer “perigos reais” aos utentes

A reutilização de dispositivos médicos concebidos para uma única aplicação acarreta “perigos reais” para a saúde dos utentes, no entender dos enfermeiros. As empresas fabricantes admitem o diálogo para debater as “oportunidades, riscos e ameaças” dos dispositivos em “segunda mão”.

Existem dispositivos médicos a serem reutilizados, apesar de terem características  que impedem o reprocessamento para aplicação num segundo paciente. Em causa estarão aparelhos utilizados em cardiologia (como pacemakers e cardiodesfibrilhadores), urologia e cirurgia laparoscópica, concebidos para uma única aplicação.

“Existem perigos reais para a saúde dos doentes relacionados com a reutilização indevida de dispositivos médicos de uso único”, admitiu a presidente da Associação de Enfermeiros de Salas de Operações, Mercedes Bilbao. Esta dirigente, que participou hoje numa conferência realizada no Infarmed, critica que as “medidas economicistas” possam conduzir a um aumento dos riscos para os pacientes. “Estamos preocupados com decisões que possam ser tomadas pelos hospitais com base em medidas economicistas”, admitiu.

Mercedes Bilbao acrescentou que a reutilização de dispositivos médicos não pode ser projetada com base unicamente nos custos, pois os serviços de saúde têm a responsabilidade de ‘negociar’ com o utente essa reutilização: “para além dos perigos para a saúde, existe outras considerações éticas necessárias como a informação e consentimento do doente a quem se pretende fornecer cuidados de saúde com um dispositivo em segunda mão”.

Quem não se opõe à ‘reciclagem’ destes dispositivos são os fabricantes, uma vez que é por eles que terá de passar o reprocessamento. “Desde que, depois de reprocessados, os dispositivos médicos surjam no mercado com as mesmas garantias que têm quando são colocados pela primeira vez, não nos opomos à reutilização”, explicou Humberto Costa, secretário-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos.

Este dirigente admite que o setor mostre abertura para dialogar, com os profissionais de saúde, os procedimentos mais adequados numa situação que é delicada: “é preciso discutir, de forma racional, as oportunidades, riscos e ameaças que os processos de reprocessamento e reutilização de dispositivos médicos podem condicionar”.

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