Categorias: Economia

Salários nos CTT: Sindicato “confuso” com anúncio de que privatização anula os cortes

A administração dos CTT garante que os cortes salariais terminam quando a empresa for privatizada. O sindicato está “confuso”, pois “nada garante que os privados” não mantenham os cortes, e diz que a finalidade do anúncio é “desmobilizar para a greve”.

Os trabalhadores dos CTT, enquanto funcionários públicos, serão alvo dos cortes salariais previstos para 2014, em sede do Orçamento de Estado. Só que o grupo vai ser privatizado e, em comunicado, a administração dos correios salienta que “as reduções remuneratórias que forem determinadas para as empresas públicas em 2014 já não se aplicarão aos CTT”, uma vez que será uma empresa privada.

No comunicado, a administração explica-se: “no que respeita aos trabalhadores da casa-mãe, terá aplicação nesta matéria o previsto no Acordo de Empresa de 2013, e em relação aos trabalhadores de cada uma das suas subsidiárias o que tem vindo a ser praticado, sem as referidas reduções remuneratórias”.

O anúncio surge na véspera de uma greve geral nos CTT, com início às 00h00 de amanhã, à exceção dos centros de distribuição de Cabo Ruivo (em Lisboa), Maia e Aveiro, que paralisam a partir das 22h00 de hoje. Para Vítor Narciso, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCC), “é um comunicado que tem como finalidade desmobilizar para a greve”.

No entender dos sindicalistas, “é confuso” entender a garantia de que os cortes salariais não serão aplicados. “Nada garante que os privados que ficarem com os CTT, com a anuência dos 30 por cento do Estado, não continuem a aplicar os cortes”, reforçou Vítor Narciso.

Se a nota emitida pela administração responde a várias dúvidas sobre a tabela remuneratória, é omissa quanto aos cerca de 2000 trabalhadores que, nas contas do SNTCC, estão em regime de pré-reforma: “os novos acionistas vão manter o pagamento a estes trabalhadores em pré-aposentação? E o sistema complementar de saúde é para manter?”

O comunicado esclarece que “também voltará a ser aplicado o previsto no Acordo de Empresa de 2013” face ao subsídio de alimentação, enquanto nos apoios ao trabalho noturno, trabalho suplementar, abono de ajudas de custo e transporte por deslocação em Portugal e no estrangeiro “serão retomados, em cada empresa, os regimes vigentes em 31 de dezembro de 2010”.

As estações dos correios estarão abertas amanhã, mas apenas para cumprir os serviços mínimos. “A distribuição vai ser seriamente afetada, tal como os centros de tratamento”, garante Vítor Narciso: “prevê-se que no dia 25 haja pouco correio. Esperamos uma grande adesão”.

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