Reflorestação de seis concelhos feita a partir de avionetas

Uma organização não-governamental vai usar avionetas para reflorestar as áreas ardidas mais íngremes de seis concelhos: Mangualde, Gouveia, Oliveira do Hospital, Nelas, Tondela e Seia.

O projeto é da Take C’Air Crew Volunteers, uma organização ligada à aviação civil e à ecologia, como revelou a presidente, Patrícia Lucas.

“Esta é a primeira vez em Portugal que um projeto voluntário de reflorestação envolve aeronaves”, destacou a dirigente.

“O projeto nestes seis municípios será desenvolvido em duas fases com o intuito de os ajudar a recuperar zonas muito específicas afetadas pelos incêndios, como encostas a que não seria possível aceder sem ser por via aérea”, explicou a dirigente.

“Já nos primeiros dias de dezembro, a primeira fase vai envolver o lançamento de sementes de gramíneas e leguminosas a partir de um avião, o que facilitará a fixação e nutrição dos solos, ajudando também a evitar derrocadas e a impedir a contaminação dos cursos de água ou a sedimentação dos seus leitos e barragens”, continuou Patrícia Lucas.

Essas primeiras sementes vão permitir acelerar “o processo de repovoamento das áreas afetadas pelos incêndios, já que os animais passarão a dispor de algum alimento”.

“Será utilizada uma técnica japonesa, conhecida como método Fukuoka, em que as sementes são introduzidas em pequenas bolas de argila, que, uma vez lançadas à terra em zonas de difícil acesso, rolam mais facilmente pelo terreno e deixam a planta desenvolver-se sob a humidade do barro, protegida da meteorologia e dos animais”, salientou a presidente.

Após a distribuição de gramíneas e leguminosas segue-se a reflorestação com espécies arbóreas e arbustivas características da região.

O projeto “Semear Portugal por Via Área” engloba para além da Take C’Air Crew Volunteers, fundada em 2010, o movimento cívico Replantar Portugal, a Quercus e a Avitrata.

É esta empresa de serviços aéreos que vai disponibilizar um Dromader M-18 B, capaz de transportar 1500 quilos de sementes por carga e de sobrevoar os solos até sete metros dos obstáculos.

Já as sementes são doadas pela Fertiprado e certificadas pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, que também ajudará a monitorizar o resultado da intervenção.

Os seis municípios envolvidos, que assumirão “custos mínimos” com este projeto, vão definir quais os terrenos baldios a intervencionar, garantir a autorização para intervir nas propriedades privadas e ainda determinar a concentração de gramíneas e leguminosas a distribuir por hectare.

“Para esta primeira fase continuamos recetivos a mais donativos de sementes e só ainda não conseguimos patrocínio para o combustível”, acrescentou Patrícia Lucas.

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