Rebeldes jihadistas repõem califado em território sírio e iraquiano

Os rebeldes jihadistas estão em festa com o anúncio, por parte do grupo Estado Islâmico (EIIL), da reposição de um antigo Califado islâmico, agora denominado de Abu Bakr al-Baghdadi, que se estenderia de Aleppo (na atual Síria) até Diyala (em território do Iraque).

Os rebeldes islâmicos continuam a ganhar terreno no Iraque e também na vizinha Síria. De acordo com um comunicado do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), um grupo jihadista que surgiu da Al Qaeda, os rebeldes anunciaram a reposição de um antigo Califado islâmico, hoje liderado pelo Califa (chefe de Estado) Abu Bakr al-Baghdadi.

Na época, este Califado abrangia territórios que hoje pertencem às províncias síria de Aleppo e iraquiana de Diyala.

São zonas que continuam em conflito: a Síria continua mergulhada numa guerra civil, há mais de três anos, e o Iraque tem assistado a um crescendo da rebelião armada islâmica.

Grupos de defesa dos direitos humanos que acompanham a evolução dos conflitos na região testemunharam que ontem houve festa, com parada militar, na província de Raqqa, no norte da Síria.

O próprio EIIL divulgou na internet, ao longo do dia de ontem, várias fotografias com pessoas a erguerem armas e bandeiras.

Com a anexação de territórios iraquianos, o líder rebelde Abu Bakr al-Baghdadi foi proclamado como o novo Califa.

“Ele é o imã e o Califa para os muçulmanos de todos os lugares. Consequentemente, o Iraque e o Sham [Levante], no nome do Estado Islâmico, é doravante removido de todas as deliberações oficiais e comunicações. O nome oficial passa a ser Estado Islâmico a partir da data dessa declaração”, afirmou Abu Muhammad al-Adnani, porta-voz do EIIL, numa declaração divulgada ontem na Internet.

No mesmo comunicado, os rebeldes exigem que todos os mulçumanos “jurem lealdade” ao novo Califa “e rejeitem a democracia e outros tipos de lixo do Ocidente”.

A conquista de territórios sírios e iraquianos é encarada como uma etapa num objetivo muito mais vasto: o EIIL quer expandir o Califado entre o Mediterrâneo e o Golfo Pérsico, repondo o império que existiu em tempos medievais.