Cortes atingem complemento de 38 mil idosos e mais de 45 mil beneficiários de RSI

Os números são da Segurança Social: mais de 38 mil idosos perderam o acesso ao complemento solidário para idosos, enquanto mais de 45 mil beneficiários do rendimento social de inserção deixaram de ter este apoio social.

Em apenas um ano, 38.149 idosos deixaram de receber o complemento solidário, atribuído pelo Instituto da Segurança Social (ISS) a pessoas com mais de 66 anos e poucos recursos financeiros.

Este corte de 17 por cento no número de beneficiários foi registado entre os meses de maio de 2013 e deste ano. Os dados mensais do ISS revelam que o complemento social é agora atribuído a 188.749 idosos.

Mas a descida neste apoio social não é única: também o rendimento social de inserção (RSI) perdeu dezenas de milhares de beneficiários.

Os mesmos dados do ISS demonstram que o RSI, que em maio de 2013 foi atribuído a 266.651 beneficiários, este ano só chegou a 221.333 pessoas. São 45.318 pessoas que perderam o acesso a este apoio social, ou, em termos estatísticos, uma descida de 20 por cento.

O número de beneficiários do RSI tem vindo continuamente a descer desde que, em julho de 2012, o Governo reformulou as regras de atribuição deste apoio social. A única exceção foi registada em abril deste ano.

Nos abonos de família, a queda também foi acentuada. De maio de 2013 para 2014, os beneficiários diminuíram em quase 38 mil.

A forma positiva de encarar os dados do ISS é acompanhando a evolução mensal: face a abril, o abono chegou a mais 45 famílias.

Na generalidade, as verbas do ISS gasta neste apoios sociais caíram em 113 milhões de euros do segundo para o primeiro trimestre deste ano, sobretudo devido ao forte corte (12,6 por cento) nos subsídios de desemprego.

Em dinheiro, os cortes no complemento solidário permitiram ao Estado não distribuir nove milhões, enquanto no RSI a verba atingiu os 12 milhões de euros, isto no primeiro trimestre deste ano: faltam conhecer os dados do segundo trimestre.

Desde que a troika chegou a Portugal, em maio de 2011, que o complemento solidário deixou de chegar a 46 mil idosos.