A primeira unidade industrial de São Tomé e Príncipe com capacidade para produzir 10 mil toneladas anuais de óleo de palma entrou hoje na fase de produção, disse o seu diretor-geral, José Cortez Pereira.
Dez anos após o início de um investimento que custou à sociedade belga Socfinco 30 milhões de euros, a fábrica prepara-se para exportar, no próximo dia 27, cerca de 25 contentores de óleo de palma para a Europa.
“Nós temos uma capacidade de produção de 10 mil toneladas anuais. O nosso alvo comercial é o estrangeiro, maioritariamente a Europa e a China, visto termos um óleo muito particular e estarmos certificados com o regime de produção biológica da União Europeia, da Suíça e da China”, afirmou José Cortez Pereira.
A unidade industrial denominada Agripalma situa-se a cerca de 60 quilómetros a sul de São Tomé, capital do país, emprega mais de 850 trabalhadores e tem uma área de 2.100 hectares de palmeiral plantados.
“Vamos fazer a primeira exportação, o envio de 25 contentores com 21 toneladas de óleo cada um, no dia 27 de dezembro. Já começámos a alojar contentores no porto, por isso o nosso trabalho está a fluir, estamos a ver resultados”, sublinhou o diretor-geral da Agripalma.
A fábrica foi hoje inaugurada pelo primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, que defendeu a necessidade de haver estabilidade política e governativa no país para transmitir confiança aos investidores estrangeiros.
“Ao longo de um percurso de mais de 10 anos, permita-me reconhecer a necessidade de alguma estabilidade política e governativa. São muitos anos, muitas legislaturas, vários ministros da Agricultura e vários primeiros-ministros para que a obra pudesse acontecer”, referiu o chefe do executivo.
Jorge Bom Jesus elogiou a “perseverança, determinação e sinergias” do grupo Socfinco “para vencer os obstáculos, barreiras, ceticismos” e considerou que São Tomé e Príncipe precisa de projetos que “possam vingar no tempo, para a sua sustentabilidade e desenvolvimento”.
Para o primeiro-ministro, a Agripalma vai ajudar a equilibrar a balança comercial do país, que “é extremamente deficitária em termos de exportação”.
A fábrica, que recebeu também a bênção do bispo da Diocese de São Tomé e Príncipe, Manuel António, vai fazer o país “entrar no mapa das exportações”, assinalou ainda o governante.
O diretor-geral da Agripalma garantiu que tem já vendida toda a produção e encomendas para os próximos cinco meses.
“Temos uma empresa que é suíça que nos quer ficar com três mil toneladas por ano, que é cerca de 30 por cento da nossa produção. Outras virão. O mercado chinês de produtos orgânicos está em expansão, por isso nós vamos abrir o óleo da Agripalma a todos os mercados mundiais para que possamos ter a melhor garantia de preço e a melhor qualidade de óleo possível”, adiantou José Cortez Pereira.
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