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Prevenção Rodoviária admite condutores de 16 anos com tutor

O principal responsável pela Prevenção Rodoviária Portuguesa admitiu hoje, na Assembleia da República, a possibilidade de existirem condutores com 16 ou 17 anos de idade, desde que acompanhados por um tutor e sujeitos a uma menor taxa de alcoolemia.

José Manuel Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), foi hoje ao Parlamento admitiu que os jovens devem aprender a conduzir de forma gradual, podendo começar logo aos 16 anos desde que acompanhados por um tutor. Para obterem a carta de condução necessitariam ainda de percorrer alguns milhares de quilómetros, ganhando o ‘calo’ necessário à condução.

Trigoso, que falava no grupo de trabalho sobre Prevenção Rodoviária criado na Assembleia da República, sublinhou que esta prática já existe noutros países europeus, como a Holanda, a Suécia ou a Finlândia, onde o acesso ao título de condução é “gradual”.

O especialista em prevenção rodoviária preconizou ainda que a taxa de alcolemia máxima nos jovens condutores baixe para 0,2 gramas por litro de sangue nos primeiros três anos de carta, já que se trata de um grupo de condutores que acumula a inexperiência da condução com a de consumir bebidas alcóoolicas.

Apesar do elevado número de acidentes e de mortes que ocorrem nas estradas portuguesas, o perito salientou que mais de metade (54,5 por cento) das vítimas de desastres rodoviários ocorrem dentro das localidade, o que coloca Portugal no fim da tabela europeia, a par da Roménia.

Quanto à sinistralidade total, disse que Portugal está em 21.º lugar entre os 27 países da União Europeia, com 690 mortos registados no ano passado no local dos acidentes, contabilidade que deverá subir para 890 se forem somadas as vítimas que faleceram nos 30 seguintes.

José Manuel Trigoso reconheceu que houve uma “evolução muito positiva” desde 1975, o ano em que morreram mais pessoas nas estradas portuguesas, registando-se uma redução de 74 por cento no número absoluto de vítimas mortas em acidentes de trânsito entre aquele ano e 2011. A nível de feridos graves registou-se um aumento no mesmo período de 2,6 por cento.

O presidente da PRP apresentou ainda, perante os quatro deputados presentes na audição, dados para sustentar o que considera ser o “mito” do excesso de fiscalização nas estradas, comparando a situação portuguesa, em que se são passadas 200 mil a 300 mil coimas/ano por excesso de velocidade, enquanto na Holanda (com 16,8 milhões de habitantes) esse valor atinge os nove milhões.

Sobre o ensino da condução, lamentou que se utilizem “os mesmos conceitos” do que há 100 anos atrás e deu como exemplo que um condutor de ligeiros tenha que saber quando vai a exame, qual a carga suportada pelo eixo de um veículo pesado.

Criticou ainda o fato de, para dar resposta à grande procura nos centros de exames, se ter liberalizado o setor, o que levou a que existam entidades que concorrem entre si na disputa pelos examinados. O problema grave que diz haver no ensino da condução não se resolve com a actual estrutura, pois “enquanto for o condutor a escolher onde vai fazer exame não se vai a lado nenhum”.

O estado das rodovias também foi abordado pelo responsável, que trabalha na PRP há 39 anos, realçando que desde a década de 1970 que não houve um único ano em que Portugal gastasse mais verba em manutenção do que em construção de novas vias, ao contrário do que sucedeu em todos os restantes países europeus.

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