Um acidente de trabalho provocou a morte de cinco pessoas esta tarde, por volta das 17h00, em Setúbal. Uma parede do Mercado Municipal do Livramento, onde estão a decorrer obras de ampliação nas traseiras do edifício, ruiu e soterrou cinco funcionários. Quando foram retirados já não apresentavam sinais de vida.
José Claúdio, trabalhador da empresa de construção Alexandre Barbosa Borges, a derrocada terá ocorrido pouco depois das 17h00, atingindo mortalmente os cinco elementos. Uma primeira informação do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) dava conta de seis soterrados, mas o número já foi corrigido para cinco vítimas. O sexto elemento encontrava-se dentro duma escavadora, tendo sofrido apenas ferimentos ligeiros.
Para o local foram deslocadas seis ambulâncias e equipas de emergência médica e viaturas dos bombeiros Sapadores e Voluntários de Setúbal. A única informação divulgada pelo CDOS até ao momento partiu de Rui Costa, que adiantou que a parede que ruiu tem “cerca de cem metros de comprimento”. O responsável do CDOS escusou-se a mais adiantar pormenores porque já tinha sido dado início a uma vistoria por parte dos técnicos da Câmara de Setúbal.
Uma testemunha, proprietária dum restaurante junto ao mercado, adiantou que o empreiteiro responsável pela obra de ampliação estaria a fazer fundações junto à parede que ruiu. “Eles estavam a escavar junto à parede, e para mim foi isso que provocou a derrocada”, revelou Luís Bernardo.
O primeiro-ministro também já se pronunciou sobre este acidente. Numa nota divulgada pelo gabinete, Passos Coelho admitiu ter recebido a notícia “com consternação” e enviou as condolências às famílias das vítimas.
“O primeiro-ministro recebeu hoje com consternação a notícia do acidente que causou a morte a cinco dos trabalhadores atingidos pela derrocada no mercado do Livramento, em Setúbal. Às famílias enlutadas, o primeiro-ministro apresenta condolências nesta hora de dor, sentida por todo o país”, descreve a nota.
O diretor do jornal Setúbal na Rede, Pedro Brinca, lembrou que a parede que ruiu tinha uma “grande importância simbólica e histórica” por incluir um “painel de azulejos enorme”, o qual ficou “completamente destruído” no desabamento.
O Mercado do Livramento tem estado a ser alvo de obras de requalificação no valor de 3,86 milhões de euros e manteve-se encerrado durante meses, tendo reaberto uma parte no início de outubro de 2011, quando faltavam concluir os trabalhos do piso superior do edifício. Construído em 1876, o mercado é um dos ‘ex-libris’ da cidade de Setúbal e sofreu em 1930 uma remodelação total, incluindo novas infraestruturas de abastecimento de água, instalação elétrica e rede de esgotos.
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