O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse hoje que está disponível para se submeter ao julgamento político no Senado, no âmbito do processo de destituição em que é acusado de abuso de poder e obstrução ao Congresso.
“Farei o que quero. Reparem, não fiz nada de errado, então farei isso, demore muito ou pouco”, disse Trump, numa conferência de imprensa, respondendo sobre se preferia um julgamento político de curta duração ou de longa duração.
O Comité Judiciário da Câmara de Representantes dos EUA aprovou hoje dois artigos para a destituição do Presidente Donald Trump, acusando-o de abuso de poder e de obstrução ao Congresso, que serão votados em plenário na próxima semana e, se aprovados, seguirão para um julgamento político no Senado, em janeiro.
Trump aproveitou para repetir a ideia de que todo este processo é “ridículo” e não passa de uma “farsa”, destinada a fragilizar a sua campanha de reeleição, em 2020.
“Tudo isto do ‘impeachment’ é uma farsa, uma fraude. Esses Democratas estão a expor-se ao ridículo”, disse Trump aos jornalistas, mostrando-se, ainda assim, disponível para se defender no Senado, onde a maioria Republicana lhe parece dar garantias de rejeição do processo que poderia levar à sua demissão (se os artigos fossem aprovados por 2/3 dos senadores).
Minutos antes da declaração de Trump, a porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, emitiu um comunicado onde diz que o Presidente “deseja receber tratamento justo no Senado”, acrescentando que tal não aconteceu na Câmara de Representantes (de maioria Democrata).
“É uma farsa usar o ‘impeachment’ para um telefonema perfeito”, comentou Trump, referindo-se a uma chamada telefónica com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, em 25 de julho, em que alegadamente o pressionou para que investigasse a atividade de Hunter Biden – filho de Joe Biden, seu rival político – junto de uma empresa ucraniana envolvida num caso de corrupção.
Os Democratas alegam que Trump procurou reter um pacote de ajuda financeira para a Ucrânia até que Zelenskiy anunciasse essa investigação, o que constitui um abuso do exercício de poder, passível de destituição.
O Comité Judiciário considera ainda que o Presidente tentou dificultar a investigação no caso ucraniano, omitindo documentos e impedindo o depoimento de vários assessores da Casa Branca, o que constitui obstrução ao Congresso, também passível de destituição.
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