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Portugal tem cada vez mais crianças com um baixo peso

A obesidade infantil é um problema em Portugal, mas o oposto também: há cada vez mais crianças a apresentar baixo peso. São dados do relatório sobre o estado nutricional infantil elaborado pelo COSI.

O Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI) avaliou o estado nutricional infantil em Portugal e concluiu que, nos últimos anos, aumentou o número de crianças com baixo peso, nos últimos anos, enquanto a obesidade e o excesso de peso têm vindo a diminuir.

Este organismo, que monitoriza a obesidade infantil em vários países europeus, avaliou nesta terceira fase (2012/2013) 5935 crianças com 6 (30 por cento), 7 (44,6 por cento) e 8 (25,4 por cento) anos de idade, de 196 escolas do primeiro ciclo do ensino básico. Este grupo etário alvo é considerado chave, pois “precede a puberdade e é fundamental para prever a obesidade na idade adulta”, segundo os especialistas.

O relatório COSI Portugal (2012/2013), a que a agência Lusa teve acesso, evidenciava um aumento da prevalência de baixo peso para os 2,7 por cento em 2013, bem acima dos 0,8 por cento de 2010 e do um por cento de 2008. Foi na região dos Açores que se encontrou a maior prevalência de baixo peso (13 por cento).

“Estes resultados não podem ser vistos de forma isolada”, alertou Ana Isabel Rito, do Departamento de Alimentação e Nutrição do INSA e uma das autoras do relatório: “Preocupa-nos os dois lados desta mesma moeda, uma criança com má nutrição é uma criança que pode apresentar excesso de peso e obesidade ou baixo peso para a idade”.

De acordo com a nutricionista, “os condicionantes que levam à apresentação desta doença são explicados pelo mesmo fenómeno, a situação socioeconómica das famílias e muitos outros fatores que contribuem para estes resultados”.

O relatório do COSI aponta também uma diminuição da prevalência de excesso de peso e da obesidade, em em 2013 atingiu os 31,6 por cento. Em anos anteriores, o indicador foi de 35,7 por cento (2010) e 37,9 por cento (2008). Só o indicador da obesidade desceu para os 13,9 por cento, face aos 14,7 por cento em 2010 e aos 15,8 por cento em 2008.

É uma “evolução positiva”, reconhecem os autores, mas que não tiram Portugal do pelotão da frente entre os países com maior prevalência de excesso de peso e obesidade infantil.

A nível etário, o excesso de peso foi mais significativo nas crianças com 8 anos, comparando com as de 6 e 7 anos, enquanto ao nível do género as raparigas de 7 anos mostraram quase sempre maior prevalência de baixo peso, excesso de peso e obesidade, em comparação com os rapazes da mesma idade.

Ana Isabel Rito acrescentou que todas estas crianças sofrem de “fome nutricional”, uma vez que não comem o que necessitam: “Preocupa-me o facto de termos uma em cada três crianças com excesso de peso e quase três por cento com baixo peso para a idade. Muito provavelmente, [estes casos] estarão relacionados com as questões socioeconómicas que as famílias têm vindo a passar nos últimos anos”.

“Ainda há muito a fazer, principalmente do apoio a estas famílias no sentido delas conhecerem os alimentos mais interessantes (que não são necessariamente os mais caros) para a saúde dos seus filhos. E este é o passo que temos de dar a seguir”, complementou.

“Ainda temos prevalências elevadas ao nível da obesidade e do excesso de peso e também com o baixo peso”, complementou a especialista: “Provavelmente devemos incluir estas crianças [com baixo peso para a idade] nestas abordagens, para que se possa melhorar o estado nutricional das mesmas”.

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