Portugal perdeu mais de mil milhões de euros em IVA que ficou por cobrar em 2015, menos cerca de 200 milhões do que no ano anterior, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
No destaque sobre a carga fiscal referente a 2017 divulgado hoje, o INE afirma que o ‘gap’ do IVA foi de 6,4 por cento, ou seja, teoricamente poderiam ter sido cobrados mais 1057 milhões de euros neste imposto em 2015 (o ano mais recente para que o INE tem dados).
O ‘gap’ do IVA é a diferença entre a receita que resultaria de aplicar as taxas de IVA à totalidade dos bens e serviços implícitos nas contas nacionais e o IVA efetivamente cobrado.
Depois de ter atingido um máximo de 2196 milhões de euros em 2012 (o que corresponde a 13,6 por cento do IVA cobrado), o ‘gap’ tem diminuído consistentemente todos os anos: para 1.707 milhões de euros em 2013, para 1242 milhões de euros em 2014 e para 1.057 milhões em 2015.
“A redução do GAP em 2015 traduz o aumento de 4,7 por cento da receita efetiva (7,1 em 2014) face ao crescimento de 3,1 por cento (3,3 no ano anterior) do IVA potencial”, afirma o INE.
Ainda assim, entre 2010 e 2015, o ‘gap’ médio anual no período foi estimado em 1507 milhões de euros, valor que corresponde a 9,6 por cento do IVA cobrado, segundo o INE.
Segundo a entidade estatística portuguesa, o ‘gap’ pode não traduzir apenas fenómenos de evasão fiscal mas também outros fatores, como as variações nos timings de pagamento, de reembolso e de recuperação de dívidas, ou erros associados às necessárias simplificações para o apuramento do IVA teórico, designadamente decorrentes do grau de agregação com que as contas nacionais são compiladas.
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