Polícia tem sindicatos com mais dirigentes do que sócios

A polícia tem alguns sindicatos onde são mais os delegados e dirigentes do que os associados. Este cenário é visto pela própria polícia como “uma vergonha”.

No total, a polícia tem 16 sindicatos, um cenário pouco comum e que não é visto em outros setores de atividade.

O mais recente é a Organização Sindical dos Polícias, que tem pouco mais de dois meses e, de acordo com o Diário de Notícias, tem, nesta altura, 459 dirigentes/delegados e 451 associados.

Já o Sindicado dos Polícias do Porto tem 24 associados (todos eles dirigentes sindicais) aos quais se somam ainda 12 delegados. quer isto dizer que é maior o número de dirigentes/delegados do que propriamente os associados nesta estrutura sindical.

De acordo com a lei portuguesa, um dirigente sindical tem direito a quatro dias por mês para tratar de questões sindicais.

E é esta situação, aliada ao número de sindicatos que existem neste setor de atividade e que não tem paralelo em outro, que dificultam a vida dos portugueses.

Face ao número de sindicatos existentes é a própria polícia que se queixa das dificuldades que este direito estabelecido acaba por provocar no serviço que a polícia presta.

Entre críticas aos partidos, pela forma como a lei que delimita regras sindicais à polícia tem estado parada, no Parlamento, o sindicato mais antigo desta força de segurança fala em “vergonha” em toda esta situação, acabando por gerar “problemas na gestão de recursos humanos”.

“Só posso dizer que é uma vergonha!”, revela Paulo Rodrigues da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), salientando que “ninguém ganha, todos perdem” com tantos sindicados numa mesma área de atividade.

Números da Direção Nacional da PSP indicam que, no ano passado, no total, mais de três dirigentes e delegados sindicais tiveram mais de 36 mil dias de folga.

O Diário de Notícias explica que tentou o contacto com o Ministério da Admistração Interna mas não obteve uma posição do Governo sobre esta situação.