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PEV exige aposta do Governo no transporte ferroviário

O Partido Ecologia “Os Verdes” (PEV) exigiu hoje a aposta do Governo no transporte ferroviário por ser “determinante” para mitigar as alterações climáticas, assegurar a ligação do território e dar resposta ao direito das populações à mobilidade.

“O transporte ferroviário é determinante por várias razões, é um transporte de modernidade e de progresso, no qual tem que se apostar”, disse a deputada do PEV Heloísa Apolónia aos jornalistas, em Beja.

A deputada falava após uma viagem de comboio que marcou o início das jornadas parlamentares do partido, que decorrem hoje e na terça-feira em Beja, e “são dedicadas ao transporte ferroviário e à necessidade de travar o olival intensivo e superintensivo”.

Segundo a deputada, “são necessárias medidas de mitigação do fenómeno das alterações climáticas, com a redução dos gases com efeito de estufa, e o transporte ferroviário é uma resposta importante para essa mitigação”.

“Portanto, alargar a reposta do transporte ferroviário é importante por esse motivo, mas também” pela “necessidade de coesão e de ligação do território” e de “dar resposta” ao direito das populações à mobilidade, defendeu.

A primeira etapa das jornadas foi uma viagem de comboio do Grupo Parlamentar e de vários dirigentes do PEV entre Lisboa e Beja para alertar para os problemas e para a necessidade de eletrificação do troço entre Beja e Casa Branca da Linha do Alentejo.

Segundo a CP, o troço, com 63 quilómetros, não está eletrificado, o que “obriga” a empresa a operar com recurso a uma frota de automotoras diesel, que tem “uma idade média superior a 50 anos, baixas velocidades comerciais, tempos de percurso elevados, baixa fiabilidade e elevados custos de manutenção”.

Devido ao facto de o troço não estar eletrificado, a CP acabou com as ligações diretas entre Lisboa e Beja e os passageiros viajam em Intercidades entre Lisboa e Casa Branca, onde fazem transbordo para uma automotora a “diesel”, que faz o trajeto entre Casa Branca e Beja.

A comitiva do PEV e os restantes passageiros chegaram a Beja com “cerca de uma hora de atraso, porque houve uma avaria de uma automotora”, o que “levou a que só estivesse uma a circular” e a terem de esperar em Casa Branca por uma automotora para poderem prosseguir a viagem.

Segundo a deputada, a viagem entre Casa Branca e Beja foi feita numa automotora a funcionar “apenas com um motor” e, por isso, “de uma forma ainda mais lenta”.

Através da viagem, “aquilo que verificámos foi justamente aquilo com que se confrontam as populações regularmente”, ou seja, “os atrasos nos comboios e das ligações”, o que “transtorna muito a vida” e “desconcerta o dia-a-dia das pessoas”, disse.

“Há uma degradação da resposta ferroviária” entre Casa Branca e Beja, que assegura a ligação a Lisboa, devido à falta de eletrificação do troço e por o material circulante estar “já bastante envelhecido”, lamentou Heloísa Apolónia.

Em relação à Linha do Alentejo, a deputada lembrou que o PEV “conseguiu” o compromisso do Governo de avançar com a eletrificação do troço entre Beja e Casa Branca, “mas ?Os Verdes’ querem mais e as populações precisam de mais”.

Também “precisamos de promover o investimento” na eletrificação do troço entre Beja e Funcheira, que está desativado e assegurava a ligação ao Algarve.

“Não queremos que Beja seja objeto de um ramal ferroviário, mas sim de uma verdadeira linha ferroviária com ligação ao território”, frisou, sublinhado que “é assim também que se combate a interioridade” e, por isso, “a aposta na ferrovia é determinante”.

Durante a viagem, a comitiva do PEV também pode “verificar a persistência constante do olival intensivo e superintensivo”, o que “é uma questão muito problemática”.

“O olival intensivo e superintensivo está a inundar o Alentejo, é quase um fenómeno idêntico ao das monoculturas do eucalipto que verificámos durante tantos anos”, alertou, referindo que “está em tempo de travarmos esta expansão do olival intensivo e superintensivo”, porque “é muito consumidor de água, requer um gasto medonho ao nível dos pesticidas” e há “problemas ambientais aos quais temos de dar reposta”.

Lusa

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