Ciência

Perfumes contrafeitos são prejudiciais à saúde

Através de análises de laboratório, um grupo de cientistas descobriu que os produtos de cosmética falsificados, como perfumes, contêm substâncias perigosas para a saúde dos consumidores. Estes produtos contrafeitos são produzidos em instalações ilegais, sem existir um controlo de qualidade.

Os perfumes falsificados são fáceis de encontrar, têm um cheiro semelhante ao original e são muito mais baratos. No entanto, a venda destes produtos ilegais está a ter um forte impacto no setor da perfumaria e cosmética, que registam perdas anuais entre 12 e 17,5 por cento.

O estudo realizado pela Associação Nacional de Perfumaria e Cosmética de Espanha, citado pelo jornal ‘El Mundo’, revelou que os perfumes falsificados contêm substâncias perigosas como o etilenglicol, um conservante, que carece de proteção ultravioleta, podendo sofrer alterações e originar reações, como alergias ou manchas. O estudo ainda revelou que cerca de 50 por cento da composição destes produtos contrafeitos é água e etanol industrial ou de baixa pureza.

Paulo Ferreira, dermatologista da CUF Descobertas, explica que “sendo um produto de aplicação na pele, se não for devidamente triado e analisado, pode provocar dermites de contacto por reações de hipersensibilidade ou ação irritativa direta. Além disso, a evaporação pode causar doenças do foro respiratório”.

Os perfumes falsificados contêm também fragrâncias e conservantes para não se danificarem. Em declarações ao Diário de Notícias, Ana Maria Couras, presidente da Associação dos Industriais de Cosmética, Perfumaria e Higiene Corporal (AIC), diz que estes produtos “podem ter vários níveis de toxicidade, por isso têm de ser devidamente regulados”. Ana Maria Couras acrescenta que os produtos contrafeitos “não respeitam a legislação e usam todo o tipo de ingredientes, muitos que podem estar proibidos e são perigosos”.

Também o Infarmed explica que existe legislação nacional e europeia “relativa aos requisitos a cumprir pelos cosméticos e que garantem a vigilância e a proteção da saúde pública”. No entanto, o problema é que as falsificações são criadas em instalações que não respeitam as normas.

Para travar a comercialização de produtos contrafeitos, a Infarmed realiza ações de inspeção. Em 2016, realizou 71 inspeções a entidades do setor da perfumaria e cosmética, não tendo sido detetada “a existência de produtos falsificados”.

Ana Maria Couras explica que “a esmagadora maioria do comércio da contrafação acontece online”, o que dificulta a fiscalização.

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