O Comité Central do PCP expressou hoje solidariedade “para com os comunistas e outras forças democráticas que no Brasil lutam em defesa da democracia”, no dia em que se realiza a segunda volta das eleições presidenciais brasileiras.
Esta posição foi transmitida pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que não se referiu expressamente a nenhum dos dois candidatos que disputam esta segunda volta, Jair Bolsonaro, atualmente filiado no Partido Social Liberal (PSL), e Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT).
Em conferência de imprensa, na sede nacional do PCP, em Lisboa, Jerónimo de Sousa advertiu para “o crescimento e mesmo a chegada ao poder da extrema-direita e fascistas em alguns países” e defendeu “a importância da luta dos comunistas e de outros democratas contra essa real ameaça”.
Depois, referiu-se à situação brasileira em particular, neste dia de eleições, declarando: “O PCP reafirma a sua solidariedade para com os comunistas e outras forças progressistas e democráticas que no Brasil lutam em defesa da democracia e da soberania nacional”.
Segundo o PCP, o atual contexto internacional caracteriza-se por um “crescente acentuar da instabilidade”, com uma “guerra económica que os Estados Unidos da América prosseguem contra vários países” e uma “ofensiva imperialista no Médio Oriente, América Latina, África e Extremo Oriente, bem como a corrida armamentista de que é exemplo o propósito dos Estados Unidos da América de abandonarem o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio”.
“Numa situação de grandes desafios para a luta dos povos, sublinha-se, contudo, que os grandes perigos resultantes da ofensiva imperialista não anulam as reais potencialidades para o desenvolvimento da luta emancipadora e não apagam as muitas e importantes lutas que por todo o mundo os povos prosseguem em defesa dos seus direitos e soberania”, considerou Jerónimo de Sousa.
Cerca de 147,3 milhões de eleitores brasileiros escolhem hoje o próximo Presidente da República do Brasil, numa segunda volta disputada por Jair Bolsonaro, militar na reserva e deputado federal há 27 anos que passou por diversas forças políticas e este ano se filiou no PSL, e Fernando Haddad, professor universitário, do PT, que foi ministro da Educação nos governos de Lula da Silva e Dilma Roussef e prefeito de São Paulo.
Jair Bolsonaro, que elogia o período de ditadura militar no Brasil e se declarou “favorável à tortura”, tem liderado as intenções de voto e a última sondagem indica que conta com a preferência de 56 por cento dos eleitores brasileiros, contra 44 por cento do seu adversário Fernando Haddad.
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