Usado para baixar febres e para aliviar dores, o paracetamol infantil é visto como um ‘amigo’ das crianças. No entanto, este estudo de cientistas da Universidade de Bristol vem alertar para uma eventual ligação entre o fármaco e a incidência de asma na infância.
Esta pesquisa britânica, publicada no International Journal of Epidemiology, estima que os riscos de padecer da doença são três vezes superiores, nas crianças que tomam o medicamento.
Os estudiosos de Bristol partiram para este estudo com uma informação, que tem mais de três décadas.
Em meados de 1980, numa altura em que o paracetamol começou a ser ministrado de forma mais recorrente em crianças, sobretudo por ação dos pais, verificou-se um aumento de incidência de casos de asma.
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O fármaco veio substituir o ácido acetilsalicílico, um anti-inflamatórios que na época ficou associado à síndrome de Reye – uma doença grave que ocorre em crianças, muitas vezes fatal, que acomete o cérebro e o fígado.
O paracetamol é um analgésico usado para reduzir temperaturas elevadas, em estados febris, e para aliviar dores ligeiras.
Em 1992, o investigador Arthur Varner dedicou-se a esta temática e analisou, precisamente, a associação do paracetamol a casos de asma, num artigo chamado ‘The Annals of Allergy and Asthma Immunology’.
Varner defendeu que o paracetamol poderia estar associado a um aumento de casos de asma, na população infantil. Mas este não foi o único investigador a encontrar esta ligação.
Entretanto, a Universidade de Bristol dedicou-se ao assunto e comprovou a mesma teoria, verificando um aumento de riscos de asma por parte de crianças a quem for dado paracetamol.
E o problema pode ser hereditário – os seus filhos também correm risco maior de serem asmáticos.
A asma é uma inflamação crónica dos brônquios, que provoca um bloqueio no fluxo respiratório, tosse seca e sensação de ansiedade. É uma doença muito recorrente na infância, mas pode acompanhar a pessoa durante toda a sua vida.
Estima-se que haja no mundo 300 milhões de asmáticos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Não há cura para a doença, mas alguns fármacos permitem reduzir os seus efeitos, desde os sintomas a eventual agravamento da inflamação.
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