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Papel higiénico preto surpreende o Financial Times e junta-se à nata na elite da exportação

O Financial Times veio a Portugal procurar os produtos nacionais que possam ter interesse para o mundo. O papel higiénico preto surpreendeu os analistas, que também destacaram o calçado nacional, colocando-o ao mesmo nível do italiano.

Há um ministro que aconselha à exportação do pastel de nata e um jornal de economia que recomenda o papel higiénico preto. O Financial Times (FT), o mais mediático jornal de economia no plano internacional, questionou “o que pode produzir Portugal que o resto do mundo quer comprar” e veio procurar as respostas. Hoje, o FT publicou um artigo com os produtos em que Portugal pode e deve apostar para se impor num mercado cada vez mais global.

“O papel higiénico preto favorito de Simon Cowell, produtor de espetáculos sobre talentos em televisão, e os sapatos usados pela mãe e irmã da noiva no casamento do príncipe William e Kate Middleton estão entre as respostas menos esperadas que os exportadores portugueses podem dar”, refere o FT.

O papel higiénico em causa é produzido pela Renova, cujo diretor de marketing, Luís Saramago, justificou ao FT a aposta na cor com a “inovação e diferenciação de produto”, essenciais para posicionar o Renova Black (assim se chama o papel higiénico) num patamar acima da concorrência. Segundo Luís Saramago, a aposta na exportação rendeu pouco mais de metade das vendas da Renova no ano passado, num total de 1300 milhões de euros. O diretor de marketing revelou também que a linha de produtos de papel reciclado já é exportada para mais de 60 países.

Outro setor em que os portugueses se podem destacar é o calçado, que a nível de prestígio já pede meças ao italiano. A Helsar, apesar de ser uma empresa familiar, aumentou a quota de exportação de nove para 70 por cento em seis anos, muito graças ao “prestígio especial” de ter calçado usado por Carol e Pippa Middleton no casamento dos príncipes britânicos. “No negócio do calçado, o Made in Portugal agora tem quase o mesmo peso como o Made in Italy. Nos países em desenvolvimento, como a China, não há diferença entre os dois”, explicou, ao FT, o fundador da Helsar, Jorge Correia.

Das empresas familiares para as multinacionais: o FT analisou as contas da Auroeuropa, a segunda maior exportadora nacional, e salientaram o “sinal do crescente peso da tecnologia na economia portuguesa”. Segundo o jornal, só o relançamento das exportações pode recuperar a economia portuguesa, pelo que o crescimento das vendas para a China também é destacado no artigo.

Aumentando as exportações, cujo ritmo “acelerou significativamente”, Portugal pode reduzir o défice comercial, “oferecendo um horizonte de esperança a um país mergulhado numa recessão profunda, lutando contra um desemprego recorde e que enfrenta um futuro incerto”.

As contas do FT destacam um crescimento de 11,6 por cento nas vendas para o exterior, no primeiro triénio, melhoradas com a diminuição das importações em 3,3 por cento. Comparando com os registos de 2011, o deficit comercial baixou 38 por cento, descendo de 4,35 mil milhões para 2,68 mil milhões de euros. “É uma notícia particularmente positiva num país cujos problemas, de acordo com Poul Thomsen do FMI, são exclusivamente estruturais”, ressalvou o FT.

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